Rio - O rock progressivo parecia meio esquecido nos anos 80. Mas teve uma volta às paradas na época, no mundo todo, com bandas como a britânica Marillion. No Brasil, quem segurou a onda do estilo foi a banda paulistana Violeta de Outono, graças a hits como ‘Dia Eterno’, de 1987. O grupo do guitarrista e cantor Fábio Golfetti vai ao Rival amanhã abrir o show do tecladista sueco Anders Helmerson na quarta edição do Rio Prog Festival. E mostra fases recentes.
“Vamos focar nos nossos dois últimos discos, ‘Volume 7’ (2007) e ‘Espectro’ (2012)”, conta Fábio, que divide a banda com José Luis Dinola (bateria), Gabriel Costa (baixo) e Fernando Cardoso (teclados). “O material desses álbuns é muito pedido em festivais de rock progressivo. Mas podem rolar coisas dos primeiros discos”.
Golfetti diz que as longas viagens do progressivo renovaram o público. “O Steven Wilson, da banda Porcupine Tree, vem para cá e lota teatros. Meu filho de 13 anos adora esse som. Nossos shows no Rio sempre atraem de 300 a 500 pessoas”. O Teatro Rival, por sinal, já recebeu várias bandas do estilo — desde os holandeses do Focus até grandes nomes brasucas, como 14 Bis, O Terço e Sagrado Coração da Terra.
“Não sabia disso. Engraçado que acho que somos como o 14 Bis e O Terço, mas numa roupagem mais moderna. Nos anos 80, fazíamos um som mais psicodélico do que progressivo. Víamos nuances de anos 60 em bandas que todos ouviam na época, como Joy Division e Echo & The Bunnymen”.
Hoje, toda a discografia do Violeta pode ser escutada no site oficial da banda, inclusive os LPs lançados pela RCA (hoje Sony). “A gravadora deu muita liberdade para nós”, conta o músico. Tanta liberdade que até recusaram um convite para aparecer na trilha da novela global ‘Brega & Chique’ (1987). “A música que queriam usar nem estava pronta. Mas não faríamos o mesmo hoje. Tem uma novela que se passa no Nepal, né (‘Joia Rara’, da Rede Globo, focada nos Himalaias)? De repente, teria a ver”, brinca.