Samara Felippo encarna Marilyn Monroe e conta o que as duas têm em comum
Atriz está volta aos palcos após cinco anos se dedicando ao papel de mãe
Por nara.boechat
Rio - Tem cara de estreia, mas é um recomeço. Vestida de Marilyn Monroe, Samara Felippo volta a sentir o calor do palco, após passar cinco anos se dedicando ao papel de mãe e mulher. Marilyn, a sex symbol mais famosa do mundo, invade a vida da atriz para fazer o que lhe era de costume: causar. Em cartaz com a peça ‘Orgulhosa Demais, Frágil Demais’, no Centro Cultural Correios, até fevereiro, Samara anuncia que é tempo de mudanças.
“Pensei: ‘Ou eu faço a Marilyn agora ou não faço nunca mais’. Foi o casamento perfeito. E isso logo depois de eu ter a Lara e de ter me separado (atriz deu à luz sua segunda filha há apenas seis meses e se separou recentemente do jogador de basquete Leandrinho). Para mim, é um recomeço”, festeja ela, que também é mãe de Alicia, 4 anos.
A atriz caracterizada de Marilyn Monroe%3A 'Confesso que%2C quando me vejo fazendo poses sensuais%2C eu penso%3A ‘Será que estou ridícula fazendo isso%3F'Márcio Mercante / Agência O Dia
Platinar o cabelo foi o primeiro sinal de que as transformações estão apenas começando. Samara até contabiliza mais olhadas quando passa nas ruas, mas discorda do título de um famoso filme protagonizado por Marilyn, ‘Os Homens Preferem as Louras’.
Publicidade
“Sinto que as cabeças viram mais quando uma loura passa na rua, mas não acho que os homens tenham essa preferência”, acredita a atriz.
No palco, Samara contracena com Rita Elmôr, que vive a cantora lírica Maria Callas, e as duas refletem sobre a vida cheia de exposição de uma e a pacata da outra durante o espetáculo. Em conversa com O DIA, Samara, aos 35 anos, analisa suas diferenças e identificações com a atriz norte-americana, morta em 1962, aos 36.
Publicidade
Vida pública
“A Marilyn era um símbolo sexual, todos os olhos se voltavam para ela, que não era nada reservada. Na peça, a gente fala da noite em que ela cantou ‘Parabéns’ para o presidente Kennedy e ela era o alvo das fofocas, porque era amante dele. Eu sou muito discreta, não gosto de me expor. Hoje em dia, as pessoas só se interessam por fofoca. É muito mais interessante saber da separação da Grazi e do Cauã do que saber sobre um papel incrível que ele fez num filme.”
Publicidade
Símbolo sexual
“Não me acho sex symbol. Nunca fui. Só na ‘Malhação’ que comecei a virar a ‘adolescente teen gostosinha’, mas estava longe de ser símbolo. Eu me gosto. Estou numa fase com a autoestima boa. Mas confesso que, quando me vejo fazendo poses sensuais, eu penso: ‘Será que estou ridícula fazendo isso?’ A Marilyn era sexy indo ao banheiro ou tomando café. Ela era naturalmente sensual, exalava isso. Tinha peitos lindos naturais.”
Samara Felippo como Marilyn MonroeMárcio Mercante / Agência O Dia
Sexo
“Marilyn era livre, não tinha problema com nudez, nem com sexo. Teve muitos parceiros. Ela dizia que raramente tinha prazer sexual e ninguém imaginava isso. Não critico nem admiro. Eu respeito. Digo que o ser humano foi feito para se relacionar, e não para ter relacionamentos. Cada um dá para quem quiser, desde que se cuide, por causa de doenças. Eu não tenho problemas em falar de sexo. Mas sempre me preocupei com minha exposição por uma questão de postura. Não sou nenhuma Xuxa, mas tenho pessoas que me seguem e duas filhas. Gosto de me colocar de uma maneira que me respeitem.”
Publicidade
Separação e solidão
“As pessoas têm que parar de depender de outras para serem felizes. A Marilyn se divorciou três vezes, era uma pessoa muito sozinha. Eu me separei, mas separação não é um tabu. É claro que também não é agradável. Mas está tudo bem, sem maiores traumas. Somos amigos, bola pra frente, vida que segue. Toda mulher é orgulhosa demais e frágil demais. Sou frágil quando me encaro com a solidão. Tenho momentos de choro, de carência. Eu e Marilyn temos muitas coisas parecidas. Queria muito ser amiga dela. Ia querer ajudá-la.”