Rio - Sob a direção de Anja Bittencourt, Raul Gazolla se transforma em um rei mimado e um pouco infantil, pelas próprias palavras da diretora, na peça 'A Roupa Nova do Rei', que volta aos palcos neste sábado, às 17h, no Teatro Princesa Isabel, em Copacabana.
Estrelando a segunda peça infantil de sua carreira, o ator fala sobre a dificuldade de trabalhar para crianças. "Peça infantil é muito legal porque o público é muito honesto, ele reage com as situações da peça, diz o ator, que pontua que é mais difícil fazer espetáculos para os pequenos.
"É muito mais difícil pela honestidade deste público, você não consegue enrolar uma criança. Se ela achar você feio, ela vai falar, você é feio, o adulto já diria, você não é tão bonito assim. Criança é muito espontânea e isso é muito bom", revela o ator.
Extorquindo seus súditos através da cobrança insensata de impostos, apenas para suprir seu desejo por roupas cada vez mais extravagantes, Abelardo (Raul Gazolla) vive em torno de seu umbigo, não medindo os esforços alheios para satisfazer seus caprichos. Um dia, porém, num tom de coragem e rebeldia, Mabel e Joaquim unem-se na trama de uma vestimenta toda especial, que fará Abelardo aprender uma grande lição, para toda a sua vida, tanto como pessoa quanto como governante. A peça é uma adaptação do conto "A Roupa Nova do Rei", mundialmente conhecido, do autor dinamarquês do Séc. XIX. Hans Christian Andersen.
O musical é pautado pela comédia e mistura momentos históricos com elementos atuais. Quem explica melhor isso é a própria diretora, Anja Bittencourt. "Essa adaptação traz o público para os dias de hoje, não o tempo inteiro, mas em alguns momentos, como a dança que o rei faz, que é um hip hop, em outro momento ele entra em cena para fazer o desfile real em um skate. Tem essas modernidades, não muitas, porque a gente respeita a fantasia desse lugar, desse reino, que não é o Rio de Janeiro", aponta.
Raul está tão envolvido na peça, que até sua filha, Rani, de 10 anos, que acompanha todos os ensaios, contribuiu com o musical. Ela foi a responsável por criar o cumprimento feito entre a costureira do rei e o bobo da corte. Anja revela como isso aconteceu: "Na hora em que a costureira e o bobo da corte resolvem pregar uma peça no rei, eles fazem um cumprimento. Então perguntei pra Rani 'vem cá como vocês se cumprimentam?' E ela me mostrou, o gestual foi ideia da filha do Raul, ela que ensaiou os atores", lembra a diretora.
Apesar de ser um rei egoísta, ele não chega a ser um vilão. "A gente chegou num rei mimado, infantil, meio criança com isso tiramos dele um pouco da maldade, ele não é um vilão, embora pratique vilanias. A mensagem desse texto é muito bonita, ele quer ficar bonito para ser amado, quando percebe que não está com magnífico traje real fica envergonhado mas percebe que o povo gosta dele independente da roupa que ele vista. Então se sente amado. Quando passa a enxergar o outro pede que ela faça roupas, mas desta vez para o povo, para quem precisa.
Serviço:
Teatro Princesa Isabel. Avenida Princesa Isabel, 186 – Copacabana. Sábados e
domingos às 17h. De 08/02 a 30/03. R$ 40. Livre. Informações: 2227-3160.