Rio - Nada melhor do que revisitar fatos históricos do nosso país justamente no momento em que a pátria calçou as chuteiras e se vestiu de verde e amarelo para torcer pela seleção brasileira. Essa é a proposta do projeto ‘Porto de Memórias’, que acontece de amanhã até o dia 29 de junho, sempre em espaços da Zona Portuária, e leva para o público seis encenações que recriam acontecimentos ligados à região, como o nascimento do samba, a Revolta da Chibata, a venda de escravos, a capoeira e o cotidiano dos moradores típicos da chamada Pequena África.
“Acreditamos que a Copa do Mundo é um momento propício para mostrar para cariocas, brasileiros e turistas a história de uma minoria sem voz, que era, basicamente, formada por negros, mulheres, estivadores e prostitutas. Esse projeto traz uma visão contemporânea de fatos que aconteceram no século 19 e no início do século passado”, diz Regina Miranda, diretora e coreógrafa do projeto, idealizado por Sonia Mattos e com com texto do poeta e escritor Geraldo Carneiro.
E não é por acaso que os espetáculos que formam o ‘Porto Memória’ são gratuitos. “Todas as classes sociais são bem-vindas, mas, desde o primeiro momento, entendemos que esse trabalho deveria ser aberto a todas as pessoas, sem distinção, e, por isso, não poderia ser pago”, explica Regina.
Tonico Pereira (D. João VI) e Michel Melamed (D. Pedro I) estão no elenco da peça ‘O Triunfo de Leopoldina’, que será encenada amanhã, no Paço Imperial, às 18h30. No total, são 250 artistas no projeto. “Procuramos mesclar jovens atores desconhecidos com nomes consagrados nos espetáculos. A nossa proposta é a diversidade”, afirma Regina.
Segunda-feira, às 17h, no Cais do Valongo, é a vez de ‘O Mercado Negro’, sobre o comércio de escravos que funcionava no local. Mais informações no Facebook ‘Porto de Memórias’.