Por daniela.lima

Rio - Durante oito anos, o fotógrafo fluminense José Diniz vasculhou a costa brasileira como um náufrago. Do Maranhão ao Rio Grande do Sul — estendendo-se por parte do Uruguai —, Diniz percorreu todo o trajeto capturando imagens sempre de uma perspectiva particular: diante, sob ou sobre o mar. Assim, pessoas, prédios, o horizonte, o céu e o próprio mar ganharam milhares de registros, após dezenas de idas e vindas do fotógrafo. Agora, parte deste vasto material poderá ser conferida no livro ‘Periscope’ (ed. Madalena, 70 págs., R$ 60), que será lançado no Rio na próxima quarta-feira dia 8, às 19h, na Livraria da Travessa de Botafogo. 

Em uma das fotografias mais marcantes do livro%2C o mar ‘invade’ o Copacabana Palace Divulgação


“Desde criança vivo com o pé na água. Escritores, poetas e filósofos se utilizam da imagem do mar, em todos os seus aspectos. O ser humano está em permanente desafio diante dessa imensidão de água”, afirma Diniz, justificando a escolha do mar como ponto de partida para o projeto. Ao todo, o livro traz 54 imagens, capturadas por câmeras digitais e analógicas. Uma das mais marcantes e que evidencia a perspectiva de Diniz é a das ondas ‘invadindo’ o Copacabana Palace. Do mar, a imagem causa a impressão de um ‘fim dos tempos’. “Mas a ideia não é tratar do caos. Gosto de fotografar do mar, que é um ponto mais calmo, onde as pessoas não me veem. Frequentemente estou fotografando nessa perspectiva, onde, diferentemente de outros lugares, também posso cunhar a paisagem de outra forma”, conta.

Ao contrário do que muitos possam pensar, Diniz não utilizou um periscópio (aparelho óptico que permite ver por cima dos obstáculos, como nos submarinos) para capturar suas imagens, como sugere o nome do livro. “O título é apenas uma metáfora para a forma de observação que escolhi. É como se não bastasse a visão para fotografar naquelas condições. A máquina fotográfica estava num ponto abaixo do horizonte e as ondas eram montanhas em movimento”, poetiza o fotógrafo.

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