Por daniela.lima

Rio - Quando o Cine Búzios Festival começou, nem sala de exibição havia por lá. Duas décadas depois, ele já presenciou o nascimento de dois cinemas no município, além de proezas como reunir três mil pessoas para uma sessão em praça pública. Com abertura hoje, a 20ª edição do evento prova que ele não perdeu sua essência de fomentar a cultura em Búzios e apresenta uma verdadeira maratona cinematográfica, toda gratuita, dividida entre o Gran Cine Bardot, Praça Santos Dumont e Cine Teatro Rasa. 

Suzana Pires%2C Ingrid Guimarães e Tatá Werneck contracenam com Márcio Garcia em 'Loucas para Casar'Divulgação


“O festival nasceu com o intuito de exibir pré-estreias. Fiquei superfeliz que há poucos dias uma morador de Búzios me disse que conseguimos, em quatro dias, exibir uma programação legal, com um pouco de tudo”, orgulha-se Vilma Lustosa, diretora do festival junto a Mario José Paz.

Entre os filmes em pré-estreia, exibidos no Gran Cine Bardot, está o documentário ‘Cássia’, de Paulo Henrique Fontenelle, que abre esta edição, com sessão para convidados. Outros longas destacados por Vilma são a comédia ‘Loucas para Casar’, de Roberto Santucci, e ‘Obra-Prima’, dirigido por Daniel Filho e estrelado por atores como Susana Vieira, Deborah Secco, Lázaro Ramos, Lúcio Mauro Filho e Juliano Cazarré. “É um filme mais autoral do Daniel”, comenta a diretora, referindo-se à história que narra um suicídio em um único plano de 80 minutos. 

Além das produções nacionais, os longas-metragens internacionais também têm espaço garantido. Indo do drama à comédia, do Reino Unido à Argentina, eles ajudam a garantir o caráter democrático que o festival faz questão de manter vivo. “Sem falar em filmes que com certeza vão concorrer ao Globo de Ouro e ao Oscar, como ‘A Teoria do Todo’, baseado na biografia do astrofísico Stephen Hawking”, completa a diretora.

Há 20 anos, a área cultural de Búzios era muito tímida. A primeira projeção que fizemos, na Praça Santos Dumont foi uma coisa mágica”, lembra-se Vilma, que emenda: “Uma vez, apareceram 3 mil pessoas para assistir a ‘Titanic’ por lá”, diverte-se.

Mas a grande vitória, para Vilma, não é apenas a expansão do festival. “Vi uma população crescendo e se acostumando com o cinema. Búzios é privilegiado. Tenho certeza que desse caldeirão sai algo ainda mais espetacular”, conclui.

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