Rio - Muito marmanjo cresce e é criado ouvindo de pais, amigos e familiares que “homem que é homem não chora!”. “Apesar de eu cantar uma música que mostra o lado machão do homem, homem chora, sim!”, garante Pablo, o cantor baiano de 29 anos, intérprete de um dos hits do verão, ‘Porque Homem Não Chora’.
A música virou febre na internet e gerou dezenas de vídeos onde marmanjos se desmancham em lágrimas ao ouvir a canção — até o craque Neymar protagonizou um, cantando as palavras de dor de cotovelo da música. Versos como ‘Estou indo embora, a mala já está lá fora, vou te deixar/Por favor não implora, porque homem não chora e não pede perdão, e não pede perdão” popularizaram a palavra sofrência.
“Mas na Bahia isso é coisa boa. A sofrência é um termo que dá a impressão de sofrimento, mas lá é aquela esperança de quem quer arrumar um novo amor”, explica. “Essa música fala de amor, e algumas até sorriem quando escutam. Outras choram, em cada um bate de um jeito, depende da fase da vida em que você está. Eu encaro as coisas por um lado positivo. Ela é bem sentimental, eu prefiro falar assim, sofrência é um termo que criaram, não fui eu quem inventou isso.”
E Pablo já tem na manga o sucessor de seu atual sucesso, só que dessa vez ele não virá da Bahia, mas daqui do Rio: “A música vai se chamar ‘Homem Chora’. Já está sendo composta por Anderson & Emerson, uma dupla carioca”, antecipa.
Mas, afinal, é vergonhoso um homem chorar em público? “Eu falo por experiência própria: não gosto de chorar na frente de ninguém, até em casa, quando vem uma lágrima nos olhos, corro para o quarto para minha esposa não ver”, confessa. “E tem até estatísticas que mostram que as mulheres vivem mais tempo do que os homens por chorarem sem vergonha. Acho que, quando a gente chora, é um desabafo e dá uma sensação de leveza, me sinto renovado.”
As cinco causas da sofrência