Por daniela.lima

Rio - Há muitos fatores que chamam a atenção em ‘Foxcatcher — Uma História que Chocou o Mundo’. Mas talvez o principal esteja presente o tempo todo na tela sem ser notado de forma direta. Com a habilidade demonstrada em trabalhos anteriores (‘Capote’ e ‘O Homem que Mudou o Jogo’), o diretor Bennett Miller cria uma nítida sensação de tensão crescente. Por meio da construção de planos, silêncios e de uma eficiente direção de atores, ele faz o público sentir, quase que desde o início do filme, que algo de muito ruim vai acontecer. E é essa tensão que faz com que seja muito difícil desgrudar da trama. 

O milionário John du Pont (Steve Carell) financia o treinamento do lutador Mark Schultz (Channing Tatum)Divulgação


Os fatos narrados na produção ocorreram em meados da década de 1990. Apaixonado por Wrestling — luta bastante difundida nos Estados Unidos —, John du Pont (Steve Carell), herdeiro de uma das famílias mais ricas do mundo, decide financiar o treinamento do jovem lutador Mark Schultz (Channing Tatum). Aos poucos, começamos a enxergar que, além de admiração, du Pont também parece atraído por ele de maneira mais íntima — muito embora, no filme, isso seja apenas sugerido. O desequilíbrio da relação, antes velado, vai se estabelecer quando o irmão de Mark, David (Mark Ruffalo), passar a fazer parte da equipe. Será aí que a instabilidade de du Pont virá à tona.

As transformações físicas e emocionais de Steve Carell são assustadoras. Durante todo o tempo, ele deixa clara a insanidade contida de seu personagem. Insegurança emocional, necessidade de aprovação materna e uma fúria interior que não poderá ser controlada por muito tempo são seus traços de personalidade mais marcantes.
Publicidade
‘Foxcatcher’ narra com habilidade a escalada da obsessão de um homem para esconder suas fragilidades emocionais.

Você pode gostar