Por daniela.lima
Rio - O músico Gabriel da Muda é bem conhecido de algumas das mais tradicionais rodas do Rio, o Samba do Ouvidor (aos sábados, na esquina de Rua do Ouvidor com Rua do Mercado, no Centro) e o Samba do Trabalhador (no Andaraí, no Clube Renascença, toda segunda-feira). No entanto, quem aparecer nesta quinta-feira, às 21h, na Paris Show, na Casa Julieta de Serpa (Praia do Flamengo 340, 2551-1278), certamente terá uma surpresa. 
Gabriel da Muda se apresenta quinta-feira na Casa Julieta de SerpaDivulgação


“As pessoas que estão acostumadas a me ver tocando sambas, dessa vez verão um show mais voltado para canções que nunca cantei em público, só em casa, para os amigos. Músicas de compositores que são minhas influências, como Edu Lobo, Vinicius de Moraes, Dorival Caymmi, Paulo César Pinheiro, Dolores Duran...”, lista Gabriel.

Mas não é só o repertório que promete surpreender a todos. A formação do grupo, no palco, também será uma novidade para quem já o conhece bem. “Estarei acompanhado de um quarteto, em um formato com violão, piano, bateria e baixo. Será mesmo diferente, porque não vai ter cavaquinho, surdo, pandeiro, tamborim...”, explica ele. “Estou fazendo questão de avisar que esse show não é o que faço nas rodas. São canções que não se encaixariam nesse formato, não ficaria muito bom um samba de terreiro ou um partido alto nessa formação, não combina muito.”
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Gabriel está mesmo entusiasmado com a novidade: “É complicado imaginar sair fazendo esse tipo de shows por aí, pela demanda de trabalho que eu tenho nas rodas, mas quero que este seja apenas o primeiro de muitos. Quero levar este formato a outros lugares que se encaixem nesse perfil de show. E, se der certo mesmo, isso pode até virar um disco!”, anuncia.
Os fãs habituados às rodas com Gabriel da Muda não precisam se desesperar: a mudança de ares não configura que ele vai deixá-los órfãos! “Pelo contrário, tem muita novidade aí para 2015. O Samba do Trabalhador, por exemplo, está firme e forte, e completa uma década de existência este ano. Há até a previsão de sair um livro contando a nossa história”, comemora ele, sobre o projeto em que atua ao lado do célebre Moacyr Luz.
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Da Muda é reconhecido também por promover um resgate de sambas esquecidos, e confessa que pouca coisa nova tem feito a sua cabeça: “Sou um cara muito chato. Quem sou eu para avaliar isso, acho que quem dita a qualidade é o tempo. Sei que tem muita gente nova aparecendo e, se eu gosto ou não, é apenas uma questão pessoal. O que acho muito importante é que as pessoas estejam produzindo material novo!”