Por daniela.lima
Uma das fotos feitas por MariaDivulgação

Rio - O Cais do Valongo foi uma das principais portas de entrada da cultura negra na cidade e no Brasil. Por ali, passaram mais de 500 mil escravos que, junto com a dor e tristeza provocadas pelo afastamento de casa, trouxeram, também, sua alegria, música, hábitos e culinária. Depois de mais de cem anos quase esquecido — foi aterrado em 1911 pelo prefeito Pereira Passos, como parte das obras feitas no início do século 20 —, o local foi redescoberto graças à revitalização da área do porto.

Desde então, todos os meses, uma roda de capoeira é realizada ali. E foi para os encontros da mistura de dança com luta — criada por escravos para se proteger de abusos cometidos por seus senhores — que a fotógrafa Maria Buzanovsky direcionou sua câmera. Durante um mês, registrou os momentos mais impressionantes. O resultado pode ser visto a partir de domingo na mostra ‘Memórias do Valongo: Capoeira, Identidade e Diversidade’, no Museu de Arte do Rio. “Foram mais de dois anos acompanhando a roda no Cais do Valongo. Acredito que trabalhos como esse ajudem a valorizar a capoeira, que é uma das mais importantes heranças da cultura negra”, explica Maria.

MUSEU DE ARTE DO RIO. Praça Mauá s/nº, Zona Portuária (3031-2741) Ter, das 10h às 19h. Qua a dom, das 10h às 17h. R$ 8. Grátis às terças.

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