Por daniela.lima

Rio - E lá se foram 50 anos desde que o programa de televisão ‘Jovem Guarda’ entrava no ar, trazendo à frente os reis do iê-iê-iê Roberto e Erasmo Carlos, além da cantora Wanderléa e outras estrelas da época. Em 2015, faz também cinco décadas da estreia do organista Lafayette em gravações de Roberto Carlos e mais outros tantos artistas do que acabou se chamando de movimento musical Jovem Guarda. Aos 71 anos, Lafayette olha para trás com saudades, mas mantém o olho no futuro, e festeja esses 50 anos lançando um disco com sua banda, Os Tremendões, hoje e amanhã, no Sesc Copacabana (Rua Domingos Ferreira 160, 2547-0156), às 20h30. 

Lafayette (D) e os Tremendões lançam disco de músicas inéditasFelipe Diniz / Divulgação


Conhecido por suas incontáveis regravações (quem se lembra da série lançada em 1965 ‘Lafayette Apresenta os Sucessos’, que rendeu mais de 30 LPs com versões instrumentais de hits contemporâneos), ‘A Nova Guarda de Lafayette e os Tremendões’ (disponível em sites de compra e streaming) é o primeiro em que se aventura em músicas inéditas.

“São músicas atuais, mas com aquela batida da Jovem Guarda que o pessoal já conhece e gosta”, detalha ele, que, com seu instrumento, criou a sonoridade característica daquele movimento. “Realmente, o meu órgão Hammond B-3 foi o que deu o que o pessoal chama de marca registrada dos discos da Jovem Guarda. E no disco dos Tremendões usei o mesmo instrumento”, ressalta Lafayette.

Ele imprimiu essa marca na obra do Rei de 1965 a 1970, além de mais de 40 discos com Erasmo Carlos, Wanderléa, Golden Boys, Martinha, Jerry Adriani e Renato e seus Blue Caps, entre muitos outros. “Até que o Roberto parou de gravar aqui e passou a gravar nos Estados Unidos. Era muito gostoso a gente ficar lá, o dia todo no estúdio, às vezes até virava a noite. Quando a gente terminava uma música, já tinha noção de que ia logo estourar”, recorda. “Infelizmente, não vejo mais o Roberto faz um tempo. O Erasmo encontro sempre, também o Jerry Adriani e a Wanderléa. O único que está afastado é o Roberto, mas ele é assim mesmo”, conforma-se.

Se o velho amigo se afastou, uma nova geração o abraçou. Em Os Tremendões, Lafayette toca com a tal “Nova Guarda”, do título do disco: uma turma que nem tinha nascido quando a Jovem Guarda se transformou em um dos maiores fenômenos nacionais do século passado. “Eles gostam muito das músicas daquela época. O público dos nossos shows costuma ser mais velho, é incrível, eu nem sei explicar o porquê dessa paixão deles”, espanta-se.

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