Por daniela.lima
A capa do livro de E. Ramos%2C pseudônimo de autor que não revela o nomeDivulgação

Rio - Poucos dias antes do Carnaval. Casados há apenas dois anos, Darcy e Dercy decidem — não necessariamente em comum acordo — ficarem separados por alguns dias. Enquanto um parte em direção ao apartamento de dois quartos que conseguiu alugar em Copacabana — após uma longa busca mobiliária —, outro segue em direção a uma casa na Região Serrana, onde ficará na companhia de colegas de trabalho. É a partir dessa situação, em princípio simples, que o escritor E. Ramos põe em movimento as engrenagens que farão avançar a trama de ‘Miopia’, romance que será lançado hoje, às 19h, na Mini Book Store, no Museu da República, e que chega às livrarias via Editora Jaguatirica.

O texto disseca a trajetória acidentada do casal por meio de uma narrativa que foge da construção linear tradicional. O autor lança um olhar neutro sobre a vida afetiva da publicitária e do designer que se conheceram por meio da falecida rede social Orkut e que, depois de manterem um relacionamento à distância, decidem, por fim, viver juntos.

Enquanto mostra a situação atual de Dercy e Darcy, o escritor intercala a história com flashbacks que mostram o início do namoro à distância — um vivia no Rio de Janeiro, o outro, em São Paulo —, o começo da vida conjugal e os eventos que, de forma inevitável, levarão à separação dos dois.

“Com essa história sobre um amor em tempos de crise, quis convidar o leitor para olhar de perto uma briga entre marido e mulher e tirar suas próprias conclusões sobre algumas maravilhas e dificuldades que são familiares a quase todos os casais”, explica E. Ramos, por e-mail.

Um dos fatores que mais chamam a atenção é o fato de o autor não esclarecer, em momento nenhum, qual dos cônjuges vive cada enredo. Essa imprecisão é reforçada pelos nomes comuns de dois gêneros usados pelos dois protagonistas — Dercy e Darcy —, o que deixa o leitor inseguro sobre estar lendo a trama do marido ou da mulher.

E. Ramos — na verdade, é pseudônimo do autor, que prefere não revelar seu rosto nem como se chama na realidade — explica.

“Ao escrever esse livro, me ocorreu que, assim como os protagonistas, também o autor poderia não ter um gênero claro para os leitores. Por isso, resolvi criar esse autor-personagem. Esse artifício também abre para o leitor múltiplas possibilidades de interpretação. Não há um só porquê para isso.”
O leitor também acompanha a vida do casal por meio da trilha sonora descrita no livro — uma da canções é ‘Três Lados’, do Skank.

Você pode gostar