Por roberta.campos

Rio - O termo interatividade parece estar na moda no circuito cultural carioca. Mas, há dez anos, quem já nascia sob essa palavra de ordem era o Oi Futuro Flamengo. “De certa forma, somos pioneiros nisso, com projetos de exposições de games eletrônicos como arte, por exemplo”, diz o gestor de cultura da instituição, Roberto Guimarães. Uma década depois, um dos maiores frutos colhidos pela iniciativa é ver a casa sempre lotada. E como convidados não faltam, nada melhor do que uma programação especial de aniversário, que começa hoje por lá.

Oi Futuro Flamengo abriu em 2005 e apostou em projetos como exposições de games eletrônicos Divulgação



“Temos muitas coisas legais para esse período. As principais são: a ocupação artística da companhia de dança de Márcia Milhazes, que vai dançar pelo centro, entre as instalações e obras de sua irmã, Beatriz Milhazes, e também o espetáculo ‘Krum’ (estreia hoje), com Renata Sorrah”, destaca Guimarães sobre a maratona composta por 30 projetos, de graça ou a preços populares. Além de peças e mostras com artistas já conhecidos por aqui, a programação também inclui apresentar aos visitantes o que nunca ninguém viu ou ouviu falar em solo nacional.

“Estamos trazendo uma artista finlandesa que nunca veio ao Brasil, a Eija-Liisa Ahtila. Ela é uma videoartista e fará sua primeira individual (a partir de hoje)”, cita o gestor, que completa: “Desde sempre, a nossa palavra-chave é democratizar. Ela caiu na boca do povo, e atualmente todo mundo fala sobre. Mas trabalhamos isso aos poucos, ao longo de toda a nossa trajetória.”

Em maio de 2005, quando o Oi Futuro Flamengo abriu as portas pela primeira vez, Guimarães lembra que o conceito geral de centro cultural ainda era muito frio. “As pessoas tinham a ideia de ir aos museus, olhar as obras e ir embora, não se envolviam mais do que isso”, define. Com o tempo, além da proposta de arte interativa da instituição, outros avanços tecnológicos facilitaram para que o projeto desse certo e a mentalidade do público mudasse.

“Conceitos como intermídia, multimídia e a utilização de redes sociais ainda eram muito insípidos. A tecnologia mundial teve um boom na última década”, analisa ele. “A arte eletrônica e a mistura de ciência e arte, que pareciam distantes do espectador, agora são encaradas e consumidas com naturalidade”, emenda o gestor, que, até agora, acredita estar se saindo bem no desafio de aproximar o espectador da arte apresentada pelo Oi Futuro Flamengo.


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