Por daniela.lima

Rio - Aberto em janeiro, o Naturalie Bistrô, em Botafogo, vem chamando cada vez mais atenção. Parte desse interesse vem da descoberta de que quem está à frente da casa de cozinha saudável é uma chef de apenas 22 anos. Com carinha de boneca, Nathalie Passos já acumula bastante experiência. Formada em Gastronomia pela Estácio de Sá, ela fez especialização no Natural Gourmet Institute for Health & Culinary Arts, em Nova York — o mesmo de Bela Gil, sucesso na TV e com livro de receitas que é um dos mais vendidos do país. 

Nathalie no mesão comunitário de seu restaurante%2C que foi todo decorado com objetos da casa da chefBruno de Lima / Agência O Dia


Apesar de ter mãe formada em Gastronomia e pai sócio de restaurantes, Nathalie conta que não foi daí que surgiu o amor pela cozinha. “Nunca me interessei. Eu gostava muito de comer, mas não cozinhava, porque isso minha mãe já fazia. Eu sabia o básico”, jura. “E trabalhei nos restaurantes do meu pai desde 15 anos, mas não na cozinha”, diz.
Foi aos 17 anos, em uma viagem com o namorado para a França, que ela foi picada pelo ‘bichinho’ da gastronomia. “Eu me encantei. Na volta, fui fazer Gastronomia numa de ‘vou ver qual é’. Descobri uma paixão”, derrete-se Nathalie.

Mas ainda faltava um detalhe: aprender mais sobre culinária saudável. “Sempre fui inclinada para a questão da alimentação, cheguei a cogitar a fazer Nutrição, mas aquela coisa muito técnica não combinava comigo. Descobri o Natural Gourmet e fiquei igual a siri na lata, porque estava louca para ir e meu pai disse que eu só iria depois que me formasse no Brasil. Lá supriu a necessidade que eu tinha de uma nutrição que considera seu humor, seu corpo”, lembra.

O curso e a experiência em importantes restaurantes naturais nos Estados Unidos deixaram a chef livre para criar. “Os livros de receitas saudáveis, em geral, são estrangeiros. As receitas às vezes não fazem sentido, porque usam ingredientes que não temos aqui. Hoje, entendo por que os alimentos são combinados e consigo fazer substituições.”

Já o interesse por comida vegetariana veio por acaso. “Foi coincidência, porque eu mesma não sou”, revela. “Como os bons restaurantes em Nova York onde eu queria estagiar eram vegetarianos, acabei tendo uma formação vegetariana”, diz ela, que estagiou no Dirty Candy, Pure Food and Wine, One Lucky Duck, Green Table e The Ravens.

De volta ao Brasil, ela encontrou o casarão tombado em Botafogo (Rua Visconde de Caravelas 11, tel.: 2537-7443), que decorou com objetos que tinha em casa. No cardápio, pratos saborosos como lasanha de abobrinha, que vem grelhada com tomate, ricota de cabra e molho da casa, e o falafel de grão de bico. Resultado: o local, que abre para almoço de segunda a sábado, vive cheio. “A aceitação me surpreendeu bastante. Fiquei com medo do preconceito com comida vegetariana, mas vêm pessoas de várias idades, homens e mulheres, de A a Z.”

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