Por daniela.lima
Zabelê deixa para trás o grupo SNZ e finalmente estreia soloMaíra Coelho / Agência O Dia

Rio - Foram dez dias enfurnada em um sítio em Araras, na Região Serrana do Rio. “Foi um esquema bem Novos Baianos mesmo, alternando ensaios e banhos de cachoeira”, descreve Zabelê, sobre a preparação para os shows de lançamento de seu primeiro CD solo, a partir de abril em várias capitais do país. 

Aos 39 anos, a filha número dois de Pepeu Gomes e Baby do Brasil é a cara da mãe. “Sou a mais parecida das filhas na fisionomia (são três mulheres e três homens), mas meu humor é totalmente do meu pai, que é muito brincalhão, sempre fazendo piadas com presença de espírito”, descreve-se Zabelê. “Minha mãe sempre teve essa raiz fashion e a gente aprendeu a gostar de se vestir com personalidade, a não ter medo de ousar”, diz ela.

A influência familiar, no entanto, só vai até certo ponto: Zabelê é a única mulher do clã que não seguiu o caminho evangélico, trilhado tanto por Baby como pelas irmãs Sarah Shiva e Nãna Shara (com quem formava o trio SNZ). “Eu encarei de forma muito natural essa mudança na família, aos poucos fui me acostumando com aquela religião. Particularmente, nunca me identifiquei, mas respeito, tenho muitos amigos evangélicos. Mas eu não sinto falta, me sinto inteira”, esclarece.

A despeito de sua filiação, para a estreia solo Zabelê não buscou ajuda na nobre linhagem musical familiar, de mãe e irmãs cantoras e pai, tios e irmão entre os melhores instrumentistas brasileiros. “Não quis trazê-los para dentro do estúdio, porque não queria que parecesse um disco de família. Não estou rejeitando, pelo contrário: amo o trabalho deles, mas esse momento eu queria que fosse só meu”, justifica.

Zabelê conta que cresceu com a cobrança de ser filha de quem é, de lidar com as expectativas de quem gostaria que ela fizesse um tipo de música assim ou assado, ou cantar um repertório que remeta aos Novos Baianos, por exemplo. “Sei que isso vai me acompanhar para sempre”, conforma-se. “As pessoas me param na rua para comentar: ‘Conheço tudo dos Novos Baianos, tenho todos os discos.’ Tento não entrar nesse filme, de outra forma nunca conseguiria ser eu mesma.”

Zabelê cresceu escutando música 24 horas por dia. “Desde pequena, eu vi a carreira artística como um caminho natural a ser seguido. Minha mãe sempre disse que fez seis filhos pra ter uma banda em casa: três vocalistas e três instrumentistas”, diverte-se.

Ela conta que, se não fosse artista, gostaria de ter seguido o caminho da psicologia. “Gosto do assunto, tenho vários amigos psicólogos e adoro sair para conversar com eles. Acho que eu seria das boas. Tenho paciência para ouvir os outros”, orgulha-se.

Casada há 20 anos com Sérgio Menezes, que também é seu produtor, Zabelê ainda não se animou a ter filhos. “Minha mãe teve seis, mas acho que não chegou o meu momento. A geração deles é muito diferente da minha. Por enquanto, meu filho é o meu CD”, decreta. 

HUMOR DEFINE O LOOK
Quando Zabelê era criancinha, o estilo extravagante de Pepeu e Baby causava rebuliço na escola. “Os amiguinhos queriam ver eles buscando a gente com aqueles cabelos coloridos. Achavam que a nossa casa era a própria Disney”, rememora.

Nem tão chamativa quanto a mãe no estilo, é a própria Zabelê quem cuida de seus looks. “Gosto de me vestir, me divirto. Sou bem eclética. Dependendo do meu humor quando acordo, posso querer algo mais romântico, como uma blusa florida, ou algo mais antigo, como um coque. Também gosto de maquiagem que remeta a uma coisa meio antiga, acho que combina com meu rosto.”

Zabelê malha (“Pelo menos tento!”) e faz hot ioga. “Sempre cuidei do corpo, acho importante”, ressalta.

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