Rio - Em um universo onírico chamado Éden, reis, rainhas e até personagens como a chuva e a luz fazem reflexões sobre temas como o amor, a existência, a morte. Assim são as tiras do argentino Kioskerman, pseudônimo de Pablo Holmberg, que lança no Brasil seu segundo livro, ‘Portas do Éden’ (ed. Lote 42). A publicação reúne os quadrinhos criados por ele de 2010 a 2013.
Ele conta que a inspiração para criar esse universo (já retratado em seu livro anterior, ‘Éden’, lançado no Brasil pela Zarabatana Books) foi o amor por sua mulher. “Tudo parte de lá. De querer impressioná-la, de querer me comunicar com ela, de querer plasmar minha viagem por este planeta junto a ela. É um testemunho, uma confissão, uma viagem à fantasia interior do ser humano”, explica o autor.
Muitas histórias criadas por ele poderiam muito bem ser poemas — que escreve como exercício para os quadrinhos. “O mesmo faço com a pintura, a música, a fotografia. Qualquer outra disciplina da arte em que faço uma incursão é sempre um exercício para o quadrinho, para entendê-lo de outras perspectivas”, conta.
Com uma carreira iniciada em 2004 e apenas dois livros publicados, ele não tem pressa de lançar o próximo. Kioskerman parece ter o tempo do universo de suas tirinhas “Não faço livros me baseando em um cronograma. Não penso em ‘tantos livros por ano’. Eu os começo somente quando surge a inspiração real, quando se torna impossível escapar de escrever e desenhar. Coisa que não está acontecendo agora”, diz.
Surgido na internet, ele conta que seus leitores costumam entrar em contato. “Em geral, escrevem para me contar a experiência que tiveram com o ‘Éden’. Em geral, são emails e mensagens em redes sociais. Muitos deles me emocionaram”, conta o autor, que esteve em São Paulo há alguns meses lançando uma exposição com desenhos originais de ‘Portas do Éden’. “No caso do Brasil, sempre recebo uma energia especial aí. Não poderia explicar porquê, tem a ver com a forma como vibra meu corpo aí. É especial e notório cada vez que vou.”
