Por daniela.lima

Rio - “Não existe nenhum grande segredo. É tudo uma questão de disciplina e continuidade”, resume o violinista David Garrett, em entrevista por telefone ao DIA, ao ser questionado sobre como consegue manter a técnica afiada entre tantas turnês internacionais. A resposta, tranquila e breve, é contrária à quantidade de dedicação e esforço diários que o músico aplica para ter domínio sobre seu instrumento — o resultado é a virtuose demonstrada na interpretação de obras clássicas populares. Habilidade que poderá ser vista hoje, às 21h30, em apresentação única no Vivo Rio, parte da turnê ‘South America’. 

Garrett%3A dedicação diária para alcançar domínio do instrumentoDivulgação


“Costumo praticar pelo menos quatro ou cinco horas por dia. Sempre encontro tempo para isso. Desde muito jovem, desenvolvi a crença de que uma pessoa tem que dominar seu ofício, não importa a qual profissão se dedique. Esse período de treino diário já é parte da minha rotina”, garante.

Afirmação que não chega a surpreender, vinda de alguém que começou a se envolver com o instrumento de forma profissional quando tinha apenas 4 anos — Garrett vivia com a família em Aachen, na Alemanha, quando o irmão mais velho ganhou um violino. O então pequeno David demonstrou interesse pelo instrumento e passou a ensaiar de forma obsessiva — primeiro no Conservatório de Lübeck e, em seguida, na rigorosíssima Juilliard School — uma das escolas de música mais respeitadas do mundo, onde ele estudou com o israelense Itzhak Perlman, considerado um dos maiores violonistas de todos os tempos. Ao longo desse tempo, entre 1995 e o ano passado, ele lançou 17 álbuns. A partir de 2008, começou a lançar versões de trilhas sonoras de filmes e também de clássicos do pop e do Rock.

“Venho de uma tradição erudita. No entanto, enquanto ainda estava na escola, passei a entrar em contato, por meio de meus amigos, com canções que tocavam nas rádios. Comecei a ouvir muito rock e composições pop, coisas dos Rolling Stones e Michael Jackson. Percebi que havia a possibilidade de transportar aqueles elementos para dentro do meu universo. O resultado tem sido bom”, avalia Garrett, que aos 13 anos já era contratado do prestigioso selo de música erudita Deutsche Grammophon.

Apesar das conquistas prematuras, ele mantém uma atitude de baixas expectativas ao se referir ao público que acompanha seu trabalho. “Não guardo expectativas em relação à plateia. Minha única preocupação é subir ao palco e fazer o meu melhor sempre.”

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