Por karilayn.areias

Rio - Os cabelos louros fizeram sucesso nas noites de Copacabana dos anos 60 aos 80. Já foi dona de três das casas noturnas do bairro boêmio, lançou o livro ‘Foi à Noite’ sobre sua vida e, recentemente, o primeiro DVD intitulado ‘50 anos de MPB’. Agora, a cantora Waleska chega com o novo show ‘Bossa e Fossa’ que remonta no Teatro Café Pequeno, sexta e sábado, às 19h, no Leblon, a noite antiga do Rio por meio de músicas e de histórias que fazem parte de sua biografia.

Waleska com o amigo Miele arquivo pessoal

Estas situações seriam contadas em parceria com Miele, ator e produtor que morreu no mês passado, e era um dos amigos de Waleska. Segundo ela, o show leva o nome sugerido por ele. Após a perda do parceiro de cena, resolveu manter o cronograma e um desses relatos que será contado ao público é a história que tem com a cantora Maysa.

Waleska diz que a timidez a impedia de encarar a plateia durante as músicas e para isso, a musa de olhos verdes tinha a solução. “Ela disse que quando estivesse no palco eu deveria encarar os espectadores com olhos de desejo”, afirma. Funcionou tanto que em um dos shows, enquanto a cantora olhava nos olhos de um homem casado, “a mulher fez um escândalo, brigou com ele e os dois saíram sem pagar a conta!”, relata a cantora em meio a risadas.

Outra figura importante que marcou a carreira foi Vinicius de Moraes. O apelido de ‘Rainha da Fossa’ veio dele e, na época, a expressão fossa tomava conta do cenário musical. Isso por que, após assistir a um filme italiano chamado ‘La Fossa Dei Serpiente’ (1948), Vinicius resolveu divulgar a palavra para nomear a boa e velha dor de cotovelo.

Entre tantas amizades e histórias, a maior saudade de Waleska é da boemia dos anos 60 e 70. “Era mais saudável, não havia violência, os casais podiam namorar na praia até de madrugada. Os jovens de hoje perderam isso”, lembra a cantora.

Com reportagem de Guilherme Guargliardi

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