Por karilayn.areias
Rio - Paulinho Sacramento estava em uma praça em Duque de Caxias quando viu enormes bolas verdes na superfície de um prédio. Admirado, ele percebeu que vinham de um grupo de camelôs que testavam canetas de laser apontando para o alto. “Eu pensei: ‘Eles estão fazendo uma puta intervenção na cidade e nem estão percebendo’”, ponderou o músico, artista visual e diretor teatral, sem saber que ali brotava a semente do Rio Mapping Festival, cuja segunda edição começa amanhã, no Parque das Ruínas, às 20h.
Projeção na edição passada do Festival%2C no Morro da ProvidênciaDivulgação

“O nome mapping é dado porque a projeção é feita sobre uma área específica, o que requer um mapeamento da área, um estudo do local” explica Leandro VJ, que figura na programação ao lado de outros participantes, como VJ Ratón, da Bolívia, VJ Paulo China e VJ Grassman. Em novembro, ele e outros artistas foram à Escola Municipal Henrique de Magalhães, em Bangu, para dar uma oficina de pintura com luzes. “Eram crianças que nunca tinham tido acesso àquilo. Foi muito gratificante”, diz Leandro.

Durante dez dias, o evento estará em quase todas as partes da cidade. “Só faltam a Região Serrana e a dos Lagos. A partir desse ano, vamos até a Baixada e à Ilha Grande”, conta Paulinho, que já foi camelô. “Conhecer a cidade inteira andando me fez querer levar o mapping para todo lugar. Queremos transformar as áreas que estão passando batido no percorrer do Rio”.

Com reportagem de Clarissa Stycer