Por luis.araujo
Rio - Não tem como não se emocionar. O ‘The Voice Kids’, que apresentou ontem seu segundo dia de competições, é a fórmula certa para lágrimas na frente da TV e no palco, revelando talentos mirins e aumentando o ibope. Já na estreia, o reality show musical aumentou em 64% a audiência da Globo no horário — marcando 24 pontos no Rio e 18 em São Paulo — além de movimentar as redes sociais nas tardes de domingos.
“Juro que o que aconteceu não superou as minhas expectativas. Eu tinha certeza do impacto que o programa causaria. Quem estava na gravação sentiu desde o primeiro dia que o ‘The Voice Kids’ seria esse sucesso”, diz o apresentador Tiago Leifert, que arrisca apontar o segredo de tamanha popularidade. “O programa resgata uma energia que, às vezes, a vida tira da gente. E ainda tem a pureza das crianças.”
Crianças como a carioca Luna Bandeira%2C de 10 anos%2C sonham com o sucesso e emocionam no ‘The Voice Kids’%2C que fez aumentar a audiência do horárioIsabela Pinheiro/Globo

A carioca Luna Bandeira, de 10 anos, é uma delas. Na primeira audição às cegas, emocionou ao cantar ‘I’ll Be There’, do grupo que alçou Michael Jackson ao estrelato — The Jackson Five — e, de quebra, deu uma canja de ‘Show das Poderosas’, de Anitta. “Quando escutava música na barriga da minha mãe, eu já mexia (risos). Descobri essa paixão desde muito cedo. Não entrei no programa para disputar o prêmio ou para ganhar. Entrei para cantar com o coração, aprender e mostrar o meu talento”, frisa.

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Fã de Ivete Sangalo, Luna não teve dúvidas de quem escolheria para ser seu técnico quando todas as cadeiras viraram para ela. “Sonho ser uma cantora famosa como a Ivete e sonho cantar com ela. Sou muito fã e nunca imaginaria estar tão pertinho dela. Espero aprender muito com a Ivete, que é superhumilde. Tenho certeza que essa humildade sustenta a carreira de um artista”, comenta.
Acompanhar os primeiros passos de um longo caminho é novidade para Leifert, já acostumado a conviver com os cantores profissionais que participaram das quatro edições do ‘The Voice Brasil’. “Com as crianças, estamos vendo o início do sonho. Nos bastidores, eles ficam cantando, desenhando, brincando de massinha. Coisa mais linda. Muitas vezes é a primeira tentativa em um grande palco e isso torna tudo ainda mais delicado”, observa.
Os técnicos do ‘The Voice Kids’%3A Carlinhos Brown%2C Ivete Sangalo e a dupla Victor %26 Leo. Isabela Pinheiro/Globo

Quando a cadeira não vira 

Um momento que requer cuidado especial é quando as cadeiras não viram para o candidato. Quem os recebe após deixar o palco é Tiago, que procura ter uma palavra de conforto para cada um deles. “O importante é tentar ajudá-los a entender o que houve e o que significa não passar, não ganhar. Todos os não-aprovados aceitaram a situação com muita graciosidade”, garante.

Não é à toa que tem técnico se sentindo de volta à escola. E não exatamente na função de professor. “Nós, que há tantos anos lidamos com música, estamos nos renovando, nos surpreendendo e aprendendo com essas crianças, que estão ali mostrando o que amam fazer em casa, entre amigos, no cotidiano. São grandes talentos vestidos de espontaneidade. Isso nos lembra o que realmente importa ao fazermos algo: fazermos por gostarmos”, diz Victor, um dos técnicos do programa ao lado do irmão Leo, Carlinhos Brown e Ivete Sangalo.

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Dividir essa paixão com o Brasil, como fazem os técnicos em suas bem-sucedidas carreiras, é o que move a pequena grande cantora Luna Bandeira. “Quero poder levar para o público a mesma paz de espírito que tenho quando canto e os sentimentos que vêm do coração. Essa energia não pode ser vista, mas pode ser sentida.”