Por karilayn.areias
Rio - É grande a expectativa em torno da estreia nacional de ‘Os Dez Mandamentos — O Filme’. Por vários motivos, inclusive cinematográficos. A partir de hoje, aquele que já é o maior fenômeno de venda de ingressos antecipados irá rechear as conversas em cultos, bares e, sobretudo, redes sociais.
Mais do que saber se o filme baterá o recorde de ‘Tropa de Elite 2’, de José Padilha, ou se atrairá mais cristãos convidados do que pagãos pagantes, o importante agora é tentar entender as razões do sucesso.
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O apelo religioso pesa, mas não é novidade. Os espíritas estão representados com filmes como ‘Bezerra de Menezes’, de Glauber Filho, e o ‘Nosso Lar’, de Wagner de Assis, que conseguiu atingir a marca de 4 milhões de espectadores
Dentre os cristãos, o destaque até o momento é ‘Três Histórias e Um Destino’, coprodução Brasil-EUA inspirada no livro do missionário midiático R.R. Soares, líder da Igreja Internacional da Graça de Deus. Fez 530 mil espectadores. Faria mais, caso não houvesse uma certa resistência do circuito ao teor considerado segmentado do filme. Resistência que diante do mais que provável êxito de bilheteria de ‘Os Dez Mandamentos’ tenderá a desabar.
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O curioso no lançamento de hoje é que se trata de uma produção que seguiu o caminho da tevê para o cinema com incrível rapidez. Um registro de senso de oportunidade e negócio.
E como a religião do mercado é o capital, o resultado está acima de qualquer preconceito de segmentação. Hoje, mais de mil salas Brasil afora anseiam faturar o maior público de um filme brasileiro neste ano que mal começa. Saber se o filme é bom ou ruim é apenas um grão de areia no mar aberto por Moisés e seus fiéis seguidores.