Rio - Irreverência e sensualidade. Estas características marcaram o tapete vermelho do último Grammy, maior premiação internacional de música, em que diversas famosas apostaram em looks com decotes profundos e fendas reveladoras em saias e vestidos.
Quem observa esta tendência é Rafaella Cardoso, consultora de moda que afirma que o marco foi quando o designer belga Anthony Vaccarello trouxe de volta à cena o estilo sexy. “A partir daí, outros estilistas apostaram também”. Mas, é bom lembrar, é preciso saber onde, quando e como investir em produções sensuais.
Rafaella dá dicas para usar sem errar. “Não podemos confundir a imagem ousada que as celebridades passam. Uma mulher com um corpo violão, que coloca esse tipo de vestido na cor vermelha, corre o risco de ficar vulgar”, opina ela. Segundo Rafaella, o ideal é optar por cores discretas, como preto, assim como fez a modelo Bella Hadid na premiação. Ela também ressalta que fendas e decotes combinam com eventos glamourosos e que devem ser evitados em casamentos e festas intimistas. “O ideal é sempre se vestir pensando na atmosfera da ocasião. Além da roupa, um cabelo mais liso, rente à cabeça, joias, cordões e brincos com aspecto mais chique dão mais classe ao visual”, emenda a consultora, que cita o visual da cantora Carrie Underwood como um belo exemplo.
Apesar da sensualidade ter brilhado no tapete vermelho do Grammy, o stylist Felipe Veloso, que veste artistas como Regina Casé e Caetano Veloso, acredita que as tendências estão acabando e dando lugar a uma nova ordem. “Tendência não existe mais. A tendência hoje é agrupar as coisas. Estar na moda e seguir um padrão está fora de moda. Não ter regra seria a regra”, afirma Felipe. Quem seguiu este lema foi a cantora Joy Villa, que desfilou com um look irreverente na noite de premiação. A dica de Felipe é “tentar achar uma fenda e um decote que combinem com o seu corpo. Tudo dentro do bom senso e que fique no limite entre mostrar e não mostrar”.
Já o stylist Yan Acioli, responsável pelas roupas de Sabrina Sato há 11 anos, acredita que as roupas que fazem sucesso agora, por mostrar mais pele, são, na verdade, um resgate do glamour. “A moda passou por um momento complicado e o mercado acompanhou a onda do politicamente correto, que invadiu o mundo e acabou tornando tudo muito chato”, afirma Yan, que elegeu Lady Gaga como preferida da noite.
Com reportagem de Guilherme Guagliardi