Por karilayn.areias

Rio - Prder um concurso nunca foi tão proveitoso para alguém. Alessandra Cariúcha, 25 anos, se tornou conhecida na internet em 2009 por ter reclamado muito no programa ‘Profissão Repórter’, após ser desclassificada de um concurso de “garota da laje”. “Eu sou muito melhor que ela (a vencedora)! Sou bonita, não tenho estria, meu peito é duro, não tenho uma cirurgia plástica! Sou toda natural, sou bonita pra caramba”, reclamou na época. Hoje, ainda sem nenhuma cirurgia plástica (como avisa), ela volta como cantora de funk, dirigida pelo coreógrafo de Ludmilla, Edson Damázio, o Bibiu, e pelo ex-produtor de Lulu Santos, Alex de Souza O primeiro clipe, ‘Tá De Cara’, no qual se proclama “a nova diva do funk”, sai ainda em março.

Alessandra%3A '‘Na época (do programa)%2C minha vontade era misturar hip hop e funk%2C sou louca por hip hop. Agora voltei toda repaginada’ Divulgação

Recentemente, as frases de Alessandra foram lembradas por ninguém menos que a funkeira Anitta — que dublou falas como “faça bom aproveito (sic) com esse carro usado, porque o meu é zero!” usando o aplicativo dubsmash. E ressurgiram também em ‘Um Suburbano Sortudo’, filme estrelado por Rodrigo Sant’Anna. “Muito legal, né? Me disseram que foi o segundo meme mais dublado do Brasil no dubsmash. Até hoje usam minhas falas”, diz Alessandra, que já fazia planos para cantar funk em 2009, época do concurso. Antes disso, cantava gospel, por influência da família.

“Eu sou filha de pastor evangélico e aos 14 anos me desviei da igreja. Fazia trabalhos de moda, figuração, dançava na Furacão 2000... tudo escondido da minha família”, conta a menina. Em 2009, ela já tinha montado um grupo com mais três concorrentes do tal concurso Garota da Laje. “Na época, minha vontade era misturar hip hop e funk, sou louca por hip hop. Agora voltei toda repaginada. Emagreci, mudei o visual, tô fazendo aula de stiletto, ensaios diários...”.

Alessandra Cariúcha%2C 25 anos%2C lança o clipe ‘Tá De Cara’ e se proclama 'a nova diva do funk'Divulgação

O tal concurso surgiu na vida da menina quando um ex-namorado viu um anúncio e sugeriu que ela participasse. Na época, Alessandra tomava sol de biquíni na laje da casa de sua tia em Nova Iguaçu (onde mora até hoje). “Era eu e minhas irmãs. Os vizinhos implicavam, tinha esposa que brigava com o marido que ficava olhando a gente”, recorda. O prêmio do concurso era uma Fiat Uno branca usada — daí a parte da reportagem em que a funkeira diz para a vencedora aproveitar bem seu carro usado. Alessandra, que estava ao volante ao receber o primeiro telefonema de O DIA, tem hoje uma Hyundai que comprou zero quilômetro no fim de 2015. “Sou louca por carros. Queria ter uma Lamborghini, uma Ferrari”, conta.
“Muita gente achou que aquela minha reação foi premeditada, mas fiquei muito chateada”, conta. “O concurso tinha um monte de garota montada, com silicone no peito, na bunda, que tomava anabolizante para ficar musculosa... Fiquei revoltada e fui lá atrás reclamar com o dono do concurso. O Caco Barcellos (apresentador do ‘Profissão Repórter’) passou na hora e pegou minhas falas. Ligaram a câmera e fui botando para fora. Aliás, estava tão revoltada que nem vi se tinha câmera, saí falando”.

À medida que suas frases ganhavam status de meme na internet — numa época em que o Orkut era mais popular que o Facebook — Alessandra foi sendo chamada de barraqueira por muita gente. Diz não ter se chateado. “Mas eu não sou barraqueira, sou justiceira. Não faço barraco por qualquer coisa. Quero sempre justiça”, conta. Agora o projeto é fazer as pessoas lembrarem mais dela como funkeira do que como a garota da laje. “Já estamos ensaiando o repertório dos shows e temos novidades!”

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