Por karilayn.areias
George (Samuel L. Jackson) com Tarzan Divulgação

Rio - Não é fácil se tornar o Rei das Selvas. Para viver Tarzan, o sueco Alexander Skarsgard passou cinco meses de intenso treinamento físico e dieta rigorosa. Ele, que já mostrou o corpo sarado na pele do vampiro Eric, da série ‘True Blood’, ganhou novos músculos. “Minhas coxas foram as que mais se desenvolveram. Perdi todas as minhas calças jeans”, conta Skarsgard em sua passagem pelo Brasil para divulgar o novo longa ‘A Lenda de Tarzan’, que estreia hoje.

Durante três meses, Alexander fez um treino de musculação e uma dieta de 7 mil calorias por dia para ganhar peso. “Eu comia filé com batatas e treinava pesado todos os dias. Depois, quando chegamos em Londres, a dois meses de começar o filme, mudamos para uma dieta de seis pequenas refeições por dia, e os exercícios eram basicamente de cárdio, pilates e ioga, porque eu queria estar bem flexível, e eu não sou naturalmente flexível”, relata. Tudo foi planejado para esculpir o corpo do ator. “Não fazia sentido parecer um fisiculturista, igual àquelas pessoas que querem ganhar músculos antes de ir à praia no verão. Cada músculo é desenvolvido por um motivo no reino animal, eles precisam de energia, por isso pensamos nos movimentos que Tarzan faria todos os dias. Ele tinha que estar no seu habitat normal, tinha que ser gracioso e dinâmico, mais atlético”, define.

E todo esse atletismo é demonstrado nas cenas em que Tarzan salta de galho em galho e se pendura nos cipós. E mesmo você não tendo o físico para isso, vai poder acompanhá-lo graças ao 3D. “Com a tecnologia que temos em 2016, conseguimos fazer o público se balançar nos cipós como Tarzan, estar na selva com ele”, comemora Skarsgard. Um sonho que o ator nutria desde de criança. “Meu pai me apresentou Tarzan aos 6 anos, eu brincava que era ele. Agora foi muito excitante estar num filme sendo Tarzan”, diverte-se.

Mas o Rei das Selvas de Skarsgard não tem nada a ver com o consagrado personagem vivido por Johnny Weissmuller. “Li o script e deixei minha mente criar o meu próprio Tarzan. Lógico que inconscientemente fui afetado pelo romance e pelos filmes antigos, mas basicamente criei o personagem vendo documentários sobre a vida selvagem, gorilas, chimpanzés e como eles vivem entre eles. O filme é sobre encontrar seu lugar no mundo, sua família. Ele foi criado num ambiente hostil, ele ama os gorilas como ama sua própria família, mas ele sente que não se encaixa nem na selva nem em Londres, ele é um outsider”, define.

A história começa em Londres, quando o homem macaco já virou John Clayton III, Lorde Greystoke, casado com Jane (Margot Robbie). Acostumado com os refinamentos da aristocracia, ele tem que voltar à África, numa missão diplomática, na verdade, uma armadilha armada pelo representante belga no Congo Leon Rom (Christoph Waltz) para entregar Tarzan como prisioneiro a Mbonga (Djimon Hounsou), chefe de uma tribo africana.

Jane (Margot Robbie) e Tarzan em cena românticaDivulgação

De volta ao habitat onde cresceu, o Rei das Selvas retoma seu trono, briga como líder de sua antiga família de gorilas e parte na missão de libertar o país da escravidão e ao mesmo tempo salvar sua mulher, Jane, que foi sequestrada pelo adido para atrair Tarzan para uma armadilha. “Esse sem dúvida é o maior filme que fiz. O bom é que interpretar um grande personagem como esse é que talvez me acompanhe pelo resto da vida. Também tive uma ótima experiência nas filmagens, amei todos até a equipe por trás das câmeras, queria continuar com eles por uns 15 anos”, exagera.

Contato com a natureza

Quando o romance foi escrito em 1914, por Edgar Rice Burroughs, o mundo já estava em pleno vapor passada a Revolução Industrial e a ideia de voltar para a floresta e conectar-se com seu animal interior era fascinante. “Se eu tivesse que me conectar com meu animal teria definitivamente que ser um gorila, senão a mãe que criou o Tarzan me mataria”, brinca Skarsgard.

O ator vai além e analisa toda essa loucura tecnológica e a correria das grandes cidades na qual estamos inseridos. “Definitivamente, temos essa vontade de reconectar com a natureza hoje em dia com toda essa tecnologia, nós vivemos uns em cima dos outros em grandes cidades poluídas. Eu moro em Nova York e mudar para esse cenáriode natureza durante as filmagens foi um sonho. Espero que o filme seja uma forma de as pessoas entenderem a beleza que temos e pensarem na preservação. Existem muitos animais à beira da extinção e o desflorestamento também é grande. Óbvio que não é um filme político ou ambientalista, mas acho interessante as pessoas se lembrarem dessa conexão e amarem o nosso planeta. E vocês aqui no Brasil têm isso tão perto com a Floresta Amazônica”, analisa o ator.

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