Rio - E se a vida lhe oferecesse uma segunda chance? Uma oportunidade de consertar um erro que lhe aflige, ou de perdoar alguém que lhe magoou ou de recomeçar. O filme ‘O Vendedor de Sonhos’, que estreou ontem nos cinemas, fala exatamente disso. Diante do parapeito de um arranhacéu, o renomado psicólogo Júlio César (Dan Stulbach) tenta cometer suicídio. Mas surge um mendigo maltrapilho e intrigante, conhecido como Mestre (César Troncoso), que lhe convence do contrário.
“É um filme que vem num momento muito importante. O país está muito triste. As pessoas estão desacreditadas. É um filme de mensagem. Faz as pessoas refletirem sobre suas vidas. Vem num momento apropriado”, defende o diretor Jayme Monjardim. Todos merecem uma segunda chance? “Todos, sem exceção. Até uma terceira. Quando se tem fé, tem que brigar com todas as oportunidades”, completa.
Para o diretor, o filme reforça a ideia de que a beleza está nas situações simples, que não são notadas no dia a dia. “Antes, o que era importante na minha vida era trabalho, trabalho e trabalho. Hoje é familia. A arte consome muito e, às vezes, damos mais atenção aos personagens do que à vida real”, confessa. “O tempo me fez uma pessoa melhor”, completa.
O filme foi rodado em cinco semanas entre Rio de Janeiro e São Paulo. Mas o diretor não conhecia a obra de Cury. “Nessa convivência com ele, percebi que tem razão em muitas coisas, como o fato que a quantidade de informação que uma criança recebe hoje pode causar ansiedade, distúrbios. Me ajudou a enxergar muitas coisas”, diz.
Escalado para dirigir ‘Amor e Morte’, próxima novela das 18h da Globo, baseada no livro de Rubens Fonseca, Monjardim conta que gosta de fazer tanto TV quanto cinema. “Sou um contador de histórias”, frisa.