Por bianca.lobianco
V-Trix vem fazendo a diferença nos palcos em que se apresentaDivulgação

Rio - Cria da noite carioca, a banda V-Trix vem fazendo a diferença nos palcos em que se apresenta. E não apenas pela música, mas também pelas performances dos shows, em todas as releituras que fazem de sucessos pop nacionais e internacionais. Em ‘Rock das Aranhas’ (Raul Seixas), entra um cantor fantasiado de Raul e mais dois integrantes com fantasias de aranhas. Numa releitura do É O Tchan, dois integrantes aparecem vestidos (ou despidos) como Sheila Mello e Scheila Carvalho — e um outro veste-se de Jacaré, só que no caso é uma fantasia de jacaré (o animal) mesmo.

Enquanto isso, ao lado, no camarim, outros integrantes já estão se vestindo ou de Village People (para o hit ‘Y.M.C.A’), Fat Family (para cantar ‘Jeito Sexy’) ou de Michael Jackson (em ‘Thriller’). Fantasias de Freddie Mercury (Queen) e Mamonas Assassinas também passam pelo palco. Um lado brincalhão que tem feito vários fãs, em apresentações em casas como Lapa 40° — e que deve chegar ao CD (num EP autoral, com músicas como ‘Te Mete’ e ‘Drag Queen’) e ao DVD neste ano. Na hora de montar o repertório das apresentações, muita criatividade para não deixar o palco vazio e dar tempo dos cantores trocarem de figurino.

“Dá um trabalhinho. Eu mesmo canto algumas músicas enquanto os cantores trocam de roupa”, conta o baterista Iuri Santana, que montou a banda em 2001 ainda com o nome de Matriz, e hoje divide os trabalhos com Bruno Fernandes (baixo e voz), Edgard Saraiva (teclados e voz), Robinho Barreto (guitarra), Viny Vince, Hugo Faro e Josie Rodrigues (cantores) . “Quando imitamos Michael Jackson, tem um cantor que solta a voz antes e outro depois, para dar um apoio. A mesma coisa quando tocamos ‘Y.M.C.A’, do Village People”. O grupo promove encontros inusitados no palco, como o de Ed Motta com seu tio Tim Maia. Freddie Mercury, por sua vez, põe um sombrero mexicano e canta ‘Pelados Em Santos’, dos Mamonas Assassinas (sem os agudos do vocalista do Queen e com voz assemelhada a de Dinho, vocalista do saudoso grupo).
V-Trix vem fazendo a diferença nos palcos em que se apresentaDivulgação

COMÉDIA

Unir música com festa no palco acaba sendo um grande desafio para a o V-Trix (dos integrantes, o único que é envolvido com teatro é o vocalista Hugo). Para que a música não pare — os músicos emendam uma canção na outra, quase como DJs — haja rapidez nas idas e vindas do palco e nas trocas de roupa. Às vezes, dá galho. Mas o grupo resolve.

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“Já aconteceu de rasgar velcro em cima do palco e a roupa abrir. A Josie, uma vez, tropeçou porque voltou rápido para o palco, enfiou o salto numa fresta da madeira do chão, e caiu. Um dos cantores estava imitando Michael Jackson, resolveu jogar a perna para o alto como o Michael fazia, e caiu de costas. Mas como isso tudo é realizado na base da comédia, acaba fazendo parte do espetáculo”, brinca Iuri.
O fim de 2016 foi trabalhoso para a banda. “Eu até brinquei com amigos: ‘Em dezembro não vou existir’”, recorda a vocalista Josie, que se prepara para a batalha com alimentação adequada, caminhadas e água. “A gente deu três shows numa só noite, em vários momentos. Tem dia que a gente sai dez horas da manhã e volta com o dia seguinte nascendo, indo de um evento para o outro. Fazemos muitas festas para empresas, eventos fechados. E é muito legal receber os fãs no camarim, muita gente vai lá tirar foto com a gente”, alegra-se.
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A cantora, por acaso, entrou oficialmente para o V-Trix num dia, digamos assim, bastante conturbado: o histórico 11 de setembro de 2001, quando ocorreu o ataque terrorista às Torres Gêmeas do World Trade Center, em Nova York. “E o primeiro show dela foi justamente ao lado da sede do Consulado dos Estados Unidos! Imagina a tensão”, recorda Iuri. “E eu ainda tinha que descontrair no palco! É estranho, porque a TV sempre mostra tragédias nesse dia e eu me lembro de pelo menos uma coisa boa”, completa Josie.
O grupo já se chamou Matriz e mudou para V-Trix numa brincadeira com o “v” de “virtual” e um “x” que veio de uma confusão constante que alguns fãs faziam entre “matriz” e “matrix”. “Tem gente que até hoje fala: ‘Acompanho vocês desde o Matrix’”, brinca Iuri, que além do EP e do DVD pensa num clipe de música própria para este ano. “Temos um repertório autoral bem grande”.
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