Por tabata.uchoa
Érika JanuzaDivulgação

Rio - Érika é um encanto! A musa tem a alegria na voz, sua felicidade com o papel em 'O Outro Lado do Paraíso', na Globo, quase se pode tocar, ver... É palpável! Sofreu bullying na infância, mas não levou para casa essa dor. Tem muitos sonhos e planos... Como interpretar Xica da Silva e Elza Soares. Desejamos que se realizem. Parabéns!

Fale sobre sua carreira.

Adoro minha trajetória. Era uma secretária em Contagem (MG) que tinha vontade de ser modelo. Passei no teste para a série 'Suburbia', da TV Globo, sem nunca ter feito nada como atriz. Foi uma coisa divina que me tirou da zona de conforto e me colocou em outro momento de vida.

Momento mais marcante?

Foi no dia que recebi a ligação dizendo que havia passado para 'Suburbia'. Fiz o teste e voltei para minha vida. Só contei para minha chefe e minha mãe. Imagina o meu coração? Quem ligou foi o Nelsinho Fonseca. Ele disse que eu seria a protagonista da próxima série da Rede Globo. Comecei a chorar alto. E eu estava na secretaria da escola onde trabalhava. As pessoas ao redor acharam que tinha acontecido algo ruim. O Nelsinho, na linha, perguntava se estava tudo bem. E ele falava, falava, mas eu não entendia mais nada. Aí eu pedi para ele ligar depois (risos)! Saí correndo para contar à minha chefe. Ela, que sempre me incentivou, chorou comigo também. A minha mãe também trabalhava na escola. Ela estava no pátio quando eu cheguei e disse: "Mãe, passei". E nós duas nos abraçamos, choramos, pulamos, e ela dizia: "Glória a Deus". Ninguém entendeu nada! Essa é uma cena que nunca vou esquecer.

Como preparou a Raquel?

A nossa novela tem um diferencial. Normalmente, você recebe um roteiro e se encontra nas gravações. Mas nesta, a produção foi tão maravilhosa que todo o elenco teve um mês de preparo.

E o encontro com o Caio Paduan?

Desde os ensaios, já começamos a trabalhar o personagem nesse olhar de amor. Sentamos para falar da cena, dos personagens, e na hora do gravando, esquecemos tudo e estamos um para o outro. Vivemos aquele amor. Quando corta, voltamos a vida real.

A personagem é forte. Repercutiu na sua vida?

As pessoas torcem pela personagem. Ouço as coisas mais fofas! Outros pedem para sapatear na cara da Nádia (Eliane Giardini) quando a Raquel voltar como juíza. Fico muito feliz.

Como se recompõe?

Uma vez, chorei muito e quando a cena acabou, chorei mais ainda. As palavras eram tão pesadas. A Eliane, gentil, falou de forma mais suave. Mas aquilo doeu, pensei nas pessoas que poderiam ter ouvido aquilo na vida real.

Você sofreu preconceito?

A minha vida inteira. Passava por coisas na escola, mas não tinha o hábito de chegar em casa e contar. Não tínhamos esse debate sobre ser negro. Apenas éramos. Fui tomar consciência da mágoa daqueles que me machucavam só na adolescência, quando você começa a ter interesse por um coleguinha da escola, mas vê que ele preferia a lourinha.

Sofreu racismo com namorado?

Sim, um namorado me contou que a família não gostava. Criou um climão. Mas não tive nenhum caso em que a própria família falou na minha cara. Tive relacionamentos em que a pessoa não saía comigo, só ficava em casa.

Qual o papel dos sonhos?

Eu sempre tive o sonho de fazer Xica da Silva. Admiro muito a Zezé Motta. É um personagem que é muito forte. Na época em que já tinha um pouco de consciência, era a Taís Araújo que fazia a Xica. Era um personagem ousado, que passava por cima dessa coisa toda. Ela tinha altivez. Criei uma admiração pela Taís desde ali. Sonho em interpretar também Elza Soares.

Qual foi o primeiro 'mimo' que você comprou, com o salário de atriz?

Eu tinha muita vontade de ter uma maleta de maquiagem. Antes, eu conseguia no máximo comprar um lápis de olho. Depois de comprar meu carro, acho que foi uma realização de verdade. É muito significativo você começar a se bancar. Sempre morei com minha família. Trabalhava, mas ganhava salário mínimo. Quando você começa a bancar sua própria casa, comprar seu carro, dá a sensação de crescermos de verdade. É uma realização conquistar minhas coisas e poder ajudar minha mãe.

Novidades para 2018?

Estou focada na Raquel. Ela está me deixando realizada. Estou solteira. Um namorado pode ser uma novidade para 2018, né? Tomara (risos)!

O que é família para você?

Minha raiz, meu ar. Sou filha única. Quando estou atribulada, vou para Minas. Como a comida da minha mãe, deito na minha cama... Meu pai faleceu. Queria que estivesse aqui para ver tudo isso.

Um beijo para...

Para minha família, que está sempre na torcida e assistindo.

Um sonho.

Trabalho hoje para não deixar de trabalhar. Então, meu sonho é nunca parar de trabalhar.

Já realizou sonho erótico?

Na verdade, o que eu tenho vontade de realizar nunca fiz. E acho que nunca o farei. Mas também não vou te contar o que é (risos)!

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