A Plebe Rude em nova formaçãoCatum in tam quiumus atia? Loc, et idit. - Divulgação
A Plebe Rude em nova formaçãoCatum in tam quiumus atia? Loc, et idit.Divulgação
Por RICARDO SCHOTT

Por muito pouco a faixa-título de 'Evolução Vol.1', disco novo da Plebe Rude, não fica relegada aos arquivos da banda. Aliás, a música, feita há trinta anos, poderia ter tido outro destino ainda mais variado.

"Quando fiz a música, achei muito diferente da Plebe, tinha até teclado porque eu estava estudando na escola do (músico) Antônio Adolfo. Daí mostrei pro Evandro Mesquita, que era meu vizinho de prédio, para ver se ele gravava, porque a letra tinha humor. Mas ele não curtiu!", conta o cantor e guitarrista Philippe Seabra, que divide o grupo com seu antigo parceiro André X (baixo e voz), Clemente (guitarra e voz, também Inocentes) e Marcelo Capucci (bateria).

O álbum tem a tarefa nada fácil de narrar a história da evolução do homem, em dois volumes (a parte 2, que fala sobre a modernidade, sai logo após o Carnaval). E ainda vem por aí um musical do disco, dirigido por Jarbas Homem de Mello, a estrear ainda esse ano. Philippe comentou com um amigo ator, Fábio Yoshihara, sobre a ideia de fazer um musical com as canções nas quais a banda vinha trabalhando, e acabou chegando em Jarbas, que ficou tão próximo que fez até backing vocals em algumas faixas.

Detalhe que a ideia original de Seabra e André X era fazer um disco infantil, que virou um musical com a entrada de Jarbas. "Era o projeto 'Plebinho Rude'", brinca Seabra, pai de um menino de oito anos. "Eu sou americano e cresci com uma programação infantil fantástica, e o som era todo com guitarra, baixo e bateria. Sentia falta no Brasil de trabalhos infantis legais", conta ele, que lembrou de 'Evolução' e, com o tempo (e a chegada de novas composições), acabou percebendo que o trabalho falava demais de violência, o que levou o trabalho a virar um musical. "O Jarbas fez a gente pegar mais leve. Por causa disso compusemos mais sete músicas", conta.

Repertório

O disco investe num lado diferente da banda, com letras mais elaboradas e algumas canções mais longas. 'Descobrimento da América', por exemplo, tem mais de dez minutos. Personagens da história aparecem em várias faixas, como os artistas renascentistas de 'Um Belo Dia em Florença', como Leonardo da Vinci, Michelangelo e Rafael.

"Essa música é como se fosse uma coreografia de bar, com os personagens. Imaginamos a cena", conta Philippe, que falando de temas como guerras, lamenta que o mundo tenha chegado a uma enorme polarização em 2020. "Fico até aflito que músicas nossas antigas como 'Códigos' e 'Censura' não tenham envelhecido", diz o músico, que lança em breve sua autobiografia. "Já tem mais de 400 páginas e eu mesmo estou escrevendo, sem ghost writer. Artista tem que fazer tudo".

 

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