Rapper paulista Bivolt lança primeiro álbum da carreira no primeiro semestre de 2020 - Divulgação/Alex Takaki
Rapper paulista Bivolt lança primeiro álbum da carreira no primeiro semestre de 2020Divulgação/Alex Takaki
Por Lucas França

Um lado calmo e outro intenso. É assim que o primeiro álbum da rapper Bivolt chega no mercado, com o nome da artista no título e 14 músicas feitas com o produtor Nave. A dupla voltagem do CD é a aposta da artista, cria da favela do Boqueirão, em São Paulo.

Desenvolver uma experiência sonora em duas camadas, segundo a MC, foi um processo único."Foi incrível começar algo do zero e ver isso tomar forma. Era uma procura por ritmos, escrevi tudo dentro do estúdio. Eu nunca consegui me prender a tema", conta a rapper.

Interatividade

Um dos destaques do álbum é a proposta de inovação audiovisual que ele traz. As faixas '110v' e '220v' foram criadas de forma que podem ser ouvidas separadas ou simultaneamente. A melodia leve de '110v' é complementada com as rimas fortes de '220v'. É como se Bivolt dividisse uma música com ela mesma.

A ideia também funciona com os clipes, que possuem planos parecidos e cenas quase idênticas. Mesmo assim, os filmes contam histórias diferentes e divergem na cor: '110v' tem tons de azul e '220v' de vermelho. Bivolt comenta como a ideia surgiu.

'A primeira coisa que eu fiz foi escrever uma letra que fizesse sentido sozinha. A segunda foi achar o instrumental perfeito, para que as músicas não se parecessem. Foi muito louco. Eu tenho minhas definições de 110v e 220v, deixei essa parte para a galera decidir com qual quer se identificar mais', explica.

Aprendizado

Ao apresentar esses dois lados de como pode ser artista, Bivolt mostra ao público características antigas que tem. As ruas e a Batalha do Santa Cruz, em São Paulo, que serviram como uma 'escola de rap', se uniram com estudos recentes de canto para criar um produto final que a satisfaz. Quando olha para o passado e para o presente, Bivolt consegue identificar cada etapa do processo de ser uma MC.

"Comecei rimando e fui descobrindo ao longo do tempo como eu amo cantar. Posso, por exemplo, fazer um rap e o refrão. Nas batalhas, quantas vezes eu acabei sendo a única mulher, tive que aprender a lidar. Quero ser ouvida por todos, ouçam as mulheres', diz Bivolt

 

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