MelimSergio Blazer

Por Filipe Pavão*
Rio – Desde o início da carreira, a banda Melim canta as canções de Djavan em seus shows pelo Brasil afora. Mas, agora, os fãs podem escutar as músicas em casa por meio das plataformas de streaming. O trio de Niterói divulgou na semana passada, véspera do Dia dos Namorados, o álbum “Deixa Vir do Coração”, com 13 faixas e parceria com o homenageado em “Outono”. Em entrevista ao DIA, eles não escondem a felicidade do próprio Djavan ter participado do projeto.
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“Gravar com o Djavan toca em um lugar muito especial. Quando a gente começa a fazer sucesso, a gente questiona se é talentoso, se o que a gente faz é bonito, se o sucesso é porque há dinheiro para investir. Mas tem algumas realizações que não podem ser compradas. Além de ser um sonho e um desejo, é fod* pensar que o Djavan se sentiu à vontade de participar. Ele é um cara que a gente admira pelo talento e pela poesia. Sua participação endossa e aprova o que a gente faz. Não tem dinheiro no mundo que compre”, reflete Diogo.
Gabi reforça a fala do irmão sobre a realização do sonho. “O Djavan ter aceitado que a gente regravasse as canções dele e ter expressado a vontade de participar dessa homenagem é algo que não tem como contestar. É um mérito do nosso trabalho, do nosso esforço, do nosso empenho e de uma equipe inteira que trabalha com amor. A gente serve a música”, completa.
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Já Rodrigo reforça que o disco se torna especial por ser fruto do desejo pessoal dos três irmãos, além de contar com a participação do amigo e músico Juliano Moreira e da produção de Max Viana, filho de Djavan. “O projeto tem um sabor especial: a gente não está pensando em números no streaming. O que importa é que a gente fez do coração e as pessoas vão ter uma surpresa muito boa. Espero que elas sintam esse amor e essa felicidade que a gente depositou no álbum”, conta.
Escolha do repertório
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Rodrigo ainda revela que não foi fácil analisar o repertório dos 20 álbuns de Djavan e selecionar apenas 13 faixas, como "Flor de Lis", "Eu Te Devoro" e "Nem Um Dia". “Foi difícil principalmente para nós que gostamos muito do trabalho dele. Realmente, alguma teve de ficar de fora. Espero que as pessoas consigam sentir o sabor do repertorio dele sem sentir falta de algo, mas é difícil”, diz.
“Essa homenagem não é uma maneira de resumir a vida do Djavan ou passear por todos os estilos, ritmos e melodias dele. A gente fez por virtude mesmo. Escolhemos músicas que a gente ouve no dia a dia e que falam com o nosso coração. E nesse processo de escolha, a gente também acabou entrando um pouco mais na obra do Djavan. Tinha coisa que eu não conhecia. O Max trouxe muitas músicas que ele falava “vocês não devem conhecer essa, mas tem muita cara de vocês” e ficaram muito legais. Pegamos músicas que a gente gosta de escutar e outras que tem a cara da Melim”, explica Diogo sobre o processo de criação.
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Saudade dos palcos
Além do álbum com músicas de Djavan, o trio também lançou os discos “Eu feat Você” (2020) e “Amores e Flores” (2021) durante a pandemia, mas não puderam levar as canções para a estrada. Eles contam que estão ansiosos para voltar a cantar pertinho dos fãs.
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“Todo mundo imagina que o maior trabalho do artista é estar no palco, mas, na verdade, ali é que faz tudo valer a pena. O palco é a parte boa, é a parte que a gente celebra e vê frente a frente tudo o que a sua música causa nas pessoas, conta Rodrigo, que é completado pela irmã: “O show é a parte boa mesmo. A gente brinca que não se cobra para cantar, mas sim para viajar. O cansativo é a correria de pegar avião e não dormir. A parte do palco é a recompensa.”
“A gente está com muita saudade de cair na estrada e abraçar as pessoas. O contato físico é uma das linguagens do amor. Tudo o que a gente aprendeu nesse período (de pandemia) somado a liberdade que a gente vai ter quando o isolamento passar vai ser um momento de alívio e festa. Tenho a sensação de que os shows vão ser cantados com muito mais força e alegria. As pessoas vão dar mais valor aos momentos de união que passavam despercebidos no dia a dia”, finaliza Diogo.

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* Estagiário sob supervisão de Cadu Bruno