Mano BrownPedro Dimitrow
"Há temas que você não tem como se acovardar e não falar. Eu tenho meu jeito de pensar. Eu sou essa pessoa que pensa, que tem pensamentos, mas também não estou fechado a entendimentos novos. Não sou um cara de pensamentos concretizados, a gente tá sempre em transformação e aprendendo. Eu tenho aprendido muita coisa. É um diálogo, mas o Mano Brown não passa a ser neutro porque tem uma pessoa com pensamento contrário ao dele. Eu continuo sendo uma pessoa que pensa as coisas que eu penso, mas com tendências a se interessar por outras ideias. Eu não estou fechado", explica o rapper, que faz menção a um de seus convidados mais polêmicos, o vereador e ativista Fernando Holiday, do Partido Novo.
"É um cara polêmico, que eu discordo das coisas que ele pensa. Porém, na entrevista, vocês vão ver que ele mudou a forma dele pensar conversando com a gente. Era um cara que ninguém queria ouvir. E isso me interessa. Um cara que ninguém quer ouvir, eu quero ouvir, por mais que eu discorde dele".
Experiência do rap
Além de Conká e Holiday, Brown também recebe outras personalidades no podcast, como o Pastor Henrique Vieira, Wanderley Luxemburgo e Dráuzio Varella. Para o artista, de certa forma, a carreira na música possibilitou que ele estivesse um pouco mais preparado para esse novo desafio.
"Eu sou um contador de histórias nato, eu começo a falar e fico no protagonismo. Dou exemplo, dou ideias do passado, comparo com o presente, jogo pro futuro. Isso é do compositor. Acho que todo compositor, todo rapper, ele tem essa coisa de estar ali contando sua história e sua visão sobre o mundo. E a gente investiu nesse lado meu. Eu sempre pus isso no papel em forma de batida, com ritmo. E as pessoas falaram que eu tinha muita coisa para falar e que poderia potencializar em um mecanismo para expor minhas ideias", explica Brown que, mais uma vez, credita ao rap o espaço conquistado atualmente.
"Sem o hip hop eu não seria nada. Então a gente já parte desse princípio. O hip hop me salvou. Eu era um jovem de 17, 18 anos, com a cabeça vazia, cabeça de camarão. O hip hop me deu perspectiva de vida e eu renasci ali. Então tudo o que eu tenho, veio do hip hop, inclusive o programa do podcast. Sem a popularidade do Mano Brown e que o Racionais me proporcionou, eu não teria como estar aqui", destaca.
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