Lulu SantosLeo Aversa

Rio - Nada do que foi será, mas Lulu Santos segue sendo e fazendo sucesso como sempre. Após 40 anos de carreira, e no ar na Globo como técnico do ‘The Voice’, que estreou na última terça-feira, o músico acaba de lançar um novo single em parceria com a banda Melim.


A produção de ‘Inocentes’, no entanto, não foi nada convencional. De início, Lulu recebeu a proposta de produzir uma música que seria usada em uma peça publicitária. Convite feito, o compositor se questionou se deveria ou não fazer o trabalho, mas acabou aceitando. Infelizmente para a empresa, a canção acabou não sendo entregue. Mas, felizmente para o público, o material, que acabou extrapolando o pedido inicial, virou uma música de trabalho.

“Um executivo de gravadora perguntou se eu faria uma música para uma trilha de um comercial, uma campanha publicitária. O que me fez primeiro rejeitar e depois, sim, questionar porque é que eu estava rejeitando. Afinal, era uma encomenda e não era exatamente um jingle, cantando as qualidades do produto. Era pensado como se fosse uma canção regular, que depois, talvez, se tornasse até um lançamento da própria gravadora para rádio e tudo mais. Então, em um primeiro momento, eu achei aquilo pouco convidativo. Em seguida, me questionei o porquê. Afinal, encomendas podem ser feitas. Pode me ser encomendada uma canção para um filme, ou para uma peça, ou para uma novela... E eu achei que deveria encarar como um desafio, apenas fazer uma canção. E a canção que saiu, de fato, não serviria mais para uma campanha publicitária de nenhuma natureza”, revela Lulu, contando detalhes do processo.

Composição pronta e encomenda desfeita, Lulu começou os ajustes para a produção da canção. Mas, durante o processo, descobriu que precisava de um ‘feat’ especial para ‘Inocentes’. “A minha relação com Melim começou em 2020, quando eles me convidaram para participar da canção 'Cabelo de Anjo', no 'Eu Feat Você', álbum que eles lançaram no ano passado. Então, começou com eles fazendo o convite e eu achei o resultado interessante. E agora, na gravação do 'Inocentes', depois que eu pus a voz, eu percebi que precisava de uma vocalização muito harmoniosa que acentuasse as várias interpretações e repetições que a palavra paraíso, no refrão, podem suscitar. E vocal harmonioso de três vozes hoje em dia tem um nome, né? É Melim”, elogia o artista.

Sucesso na TV

No ar com a décima temporada do ‘The Voice', na Globo, Lulu aproveita para contar como tem sido sua experiência no reality que estreou na última terça-feira, mas já teve boa parte da temporada gravada. “Há dois meses começamos as gravações. Cada um de nós já tem os seus times formados e o que eu posso dizer acerca disso, sem estragar, sem dar nenhum spoiler, é que sempre, cada vez, me impressiona mais o trabalho de seleção que é feito para os candidatos chegarem a nós. E também quanto talento tem pela rua, andando do seu lado, na condução, no elevador. Você pode não saber, mas aquela pessoa pode ter um vozerão e, quem sabe, amanhã, se torna uma grande estrela. Está, realmente, impressionante”, adianta o músico sobre a temporada.

Reencontro

Mas tudo que é bom pode melhorar. Se o público não tiver satisfeito com o lançamento do single, lives e com a presença de Lulu às terças e quintas na TV, o cantor tem um anúncio para fazer. No começo do ano que vem, mais precisamente no dia 22 de janeiro, o cantor volta a subir aos palcos no Rio de Janeiro.

“Vai ser bom voltar a congraçar, porque é impossível ser feliz sozinho. E a humanidade gosta disso. A humanidade gosta de se celebrar. Então, a gente vai voltar a fazer isso. Acho que tá todo mundo pronto”, celebra Lulu, que tem apresentação confirmada no Qualistage, antigo Metropolitan, na Barra da Tijuca.

Sempre alto astral, o músico ainda reflete sobre a importância da sua obra não só para os fãs, mas para todos que têm contato com o seu trabalho. “Eu faço minha arte de acordo com o que me acontece, com a resposta que eu tenho para o momento que se está vivendo tanto pessoal quanto interpessoalmente. E, se a gente tem o mínimo de consciência, com o que a gente sente, pensa e, sobretudo, com empatia, acaba saindo no que você produz. Ou, no caso, no que eu estou produzindo. Eu não gosto de bandeiras e nem chavões repetidos, mas se eu ajudar ou tiver fazendo a minha parte do processo de evolução da humanidade, o que já é muito, eu me dou por contente”, defende.