Chico ChicoRenise Silva
Além de divulgar o álbum, que marca sua estreia com trabalho solo, no qual compõe todas as faixas, Chico também vê neste show a oportunidade de voltar aos palcos e reencontrar seu público. “A expectativa tá ótima, a galera tá muito animada e ansiosa pra tocar. Juntamos uma banda com uma galera fod*. Voltar ao Circo é sempre muito bom, importante e significativo por toda a história que tem a casa e tudo que a galera já passou naquele palco. É sempre uma emoção renovada voltar ao Circo pra fazer um som, ainda mais com a banda que a gente montou. Certamente vai fazer dessa noite uma grande noite”, destaca o rapaz.
Amor de filho
No que diz respeito à parte genealógica da tal árvore-inspiração, Chico Chico destaca que a homenagem às mães (Cássia Eller e Maria Eugênia) aconteceu de forma natural na produção do trabalho. “O disco não é diretamente uma homenagem às minhas mães, é uma homenagem a todo mundo que eu amo. As pessoas que estão sempre por perto, que me cercam. E elas foram uma influência na minha formação como artista, principalmente por ser um lar musical, por conviver com toda essa galera desde muito novo”, pondera o rapaz.
E por mais que a homenagem não tenha sido pensada, Maria Eugênia acaba ganhando ainda mais espaço no trabalho, pois é ela quem divide a faixa ‘Mãe’ como o filho. “A ideia foi do Ivan Cavazza que produz o disco junto com o Pedro Fonseca. Essa música é antiga já, eu tocava nos shows e não pensava em colocá-la no disco. Mas quando rolou essa ideia, as coisas fizeram mais sentido e aí a gente resolveu incluir. Eu gostei da ideia e rolou”, conta Chico.
Em relação à outra mãe, Cássia Eller, Chico parece não se incomodar com as constantes e inevitáveis comparações. O artista, por sinal, admite que herdou parte dos fãs da mãe por ter um estilo tão semelhante ao da cantora. “Tenho essa consciência. É uma pergunta muito recorrente que respondo desde sempre. [Em relação às comparações], não é uma questão de agradar ou não agradar, é um fato, é o mesmo DNA, é a minha mãe. Enfim, é inevitável que essa comparação aconteça, que essas lembranças aconteçam, que se herde todo o amor que foi destinado a ela em determinado grau”, explica o artista.
Reflexos da pandemia
Com um trabalho que fala de vida e morte, é inevitável que o trabalho ‘Pomares’ seja relacionado à pandemia. Nesse sentido, Chico confirma que existe, sim, uma conexão entre o disco e o momento que o mundo vem passando nos últimos dois anos. “É claro que tem uma relação direta. Esse trabalho foi gerado durante a pandemia, nesse período que tanto se falou de morte, que tanto se convive com a morte. Embora seja um tema também, sempre presente no meu trabalho, desde sempre. É parte, uma parte natural de todos nós, é o ciclo da vida. E por acaso agora está mais em evidência por conta da pandemia. Um fato que atingiu a todos nós, extremamente triste, mas estamos passando por ele e vamos tirar lições e seguir em frente”, pondera o músico.
Serviço
Show Chico Chico
Sexta-feira, às 22h
Circo Voador. Rua dos Arcos s/n, Lapa.
Ingressos: R$ 50 (meia solidária, meia) e R$ 100 (inteira)
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.