Visitante fotografando o quadro Rogério von Krüger/Divulgação

Rio - A famosa Semana de Arte Moderna de 1922, que aconteceu em São Paulo, está prestes a completar 100 anos no próximo domingo. Mas não é só a conjuntura artística paulista que domina o discurso da arte moderna. Pelo contrário, a cidade do Rio de Janeiro tem um desenvolvimento moderno anterior a 1922 e uma especificidade artística que necessita ser reconhecida. A exposição "A Afirmação Modernista – a paisagem e o popular carioca na Coleção Banerj" tem essa função: afirmar um modernismo específico e característico da cena carioca. Está em cartaz no Paço Imperial, de terça a domingo, das 12h às 18h, até 20 de março. A entrada é gratuita.
A Coleção Banerj começou a ser formada no início dos anos 1960, vinculada ao contexto de afirmação da Cidade-Estado da Guanabara. Desde 1998, a FUNARJ cumpre o compromisso de preservar, estudar e divulgar a Coleção, que reúne trabalhos de artistas de grande relevância, hoje um acervo público do Estado do Rio de Janeiro.
Diferente da aristocracia e do nacionalismo ligado à conjuntura paulista, o modernismo carioca acentua o caráter popular e a beleza natural da cidade, expressa nos grandes painéis e em outras inúmeras obras que retratam o Rio. As diferentes maneiras de conceber a paisagem revelam-se como marca da coleção: a luminosidade dos trabalhos de Eliseu Visconti contrasta com as tensas pinceladas de Anita Malfatti, a cidade anônima e silenciosa de Oswald Goeldi se opõe à exuberância das cenas urbanas de Di Cavalcanti, a paisagem imaginária de Cícero Dias distancia-se da racionalidade de Aldo Bonadei.
A Afirmação Modernista – a paisagem e o popular carioca na Coleção Banerj também retrata a cultura carioca, que pode ser vista nos trabalhos de Djanira, Caribé, Marcier, Cícero Dias, entre outros artistas. As festas de rua, o samba, o candomblé, bem como o Corcovado e o Pão de Açúcar, tornam-se ícones do imaginário da cidade e do povo brasileiro. Do Rio boêmio e folclórico, de Di Cavalcanti, ao Rio oblíquo, de Goeldi, a cidade domina a coleção.
Fazer um “acervo falar” significa torná-lo disponível e acessível para as diversas camadas da população. José Roberto Gifford, presidente da FUNARJ, sintetiza a importância deste momento para o Estado do Rio de Janeiro. “Com esta exposição, comemoramos a oficialização de sua condição de coleção pública e, ao mesmo tempo, contribuímos para a retomada cultural do Rio de Janeiro e antecipamos as celebrações do centenário da Semana de Arte Moderna. Acima de todos os motivos, queremos viabilizar o acesso e a fruição das obras de arte aos cidadãos brasileiros, especialmente aos fluminenses. E assim, podemos afirmar mais uma vez, a Coleção Banerj é nossa”, diz.
Dividida em oito módulos expositivos, A Afirmação Modernista – a paisagem e o popular carioca na Coleção Banerj pode ser vista no Paço Imperial, fica em exibição até 20 de março de 2022. A curadoria é de Marcus de Lontra Costa e Viviane Matesco.
SERVIÇO: A Afirmação Modernista – a paisagem e o popular carioca na Coleção Banerj
Paço Imperial – Praça XV de Novembro, 48. Centro
De 17 de Novembro de 2021 até 20 de março de 2022
Terça a domingo e feriados, das 12h às 18h.
Realização: FUNARJ, Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, Governo do Estado do Rio de Janeiro.
Apoio e Parceria: Amigos do Paço, Museu do Paço Imperial, IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), Secretaria Especial da Cultura, Ministério do Turismo e Governo Federal.