Podcast Rádio Novelo Apresenta ganha versão impressa em plaquetesDivulgação

Rio - Um dos podcasts jornalísticos mais escutados no país ganhará versão impressa. As 12 histórias contadas no "Rádio Novelo Apresenta", no programa da Rádio Novelo, serão transformados em plaquetes. O lançamento acontece nesta quinta-feira (13), às 19h, no Cinema Estação NET Gávea, na Gávea, Zona Sul do Rio.


O evento contará com um bate-papo sobre o processo de criação dos roteiros entre o time que está por trás do podcast, conduzido por Branca Vianna, presidente da produtora conhecida por séries narrativas como "Praia dos Ossos", "Crime e Castigo" e "Collor vs. Collor". Depois, haverá uma sessão de autógrafos na Janela Livraria, parceira da  junto com a Editora Mapa Lab.

Lançado em novembro de 2022, "Rádio Novelo Apresenta" traz histórias originais, a partir de reportagens de interesse público que se tornaram referência em jornalismo em áudio no Brasil. O programa lança episódios semanais todas as quintas-feiras, em plataformas de streaming e no YouTube.

As plaquetes surgiram logo depois do advento da imprensa, no século 16. Com formato impresso e pequenas tiragens, era uma forma acessível de circular ideias. Esta coleção parte do mesmo princípio. O objetivo é reproduzir a experiência do podcast, de forma que se tornem uma série colecionável, para ler, reler, grifar e colecionar.
Conheça os 12 títulos:
A casa do espíritos | Letícia Leite

No dia 29 de setembro de 2006, um avião da Gol se chocou com um jato Legacy nos céus do Mato Grosso. Enquanto o jato conseguiu pousar em seguida, o avião maior se desintegrou no ar, em cima da floresta amazônica. Não houve sobreviventes. O que se seguiu foi uma busca penosa pelos restos mortais das vítimas e uma longa negociação com as famílias. Mas, anos depois, o MP começou uma conversa com um grupo de pessoas afetadas pela tragédia: o povo em cuja terra os destroços do avião tinham caído. E o que parecia um problema ambiental, de retirada de entulho potencialmente perigoso, se revelou muito mais complexo.

Em busca de Ubirajara | Pâmela Queiroz

No sertão do Ceará tem um oásis: a Chapada do Araripe. Essa região guarda a marca de um mar pré-histórico. Nos riachos e nas pedreiras do local, os moradores vivem encontrando “pedras de peixe”: fósseis que contam um pouco da história do mar que virou sertão. Em 2020, um desses fósseis – um dinossauro com penas batizado de Ubirajara jubatus – incendiou a internet quando foi descrito numa publicação científica e veio à tona a informação de que ele havia sido retirado de forma irregular do Brasil. A quem pertence o patrimônio científico? E o que os fósseis conseguem nos dizer sobre a gente?

Feliz aniversário | Vitor Hugo Brandalise

O escritor e quadrinista Lourenço Mutarelli tinha 24 anos quando viveu uma situação que alterou o rumo de sua vida. Mais de três décadas depois, ele ainda se pergunta como aquilo pôde acontecer. E encontra algumas respostas.

Lugar nenhum | Bia Guimarães

Depois de algumas tentativas, o teste de gravidez deu positivo. Eliza Capai e João Pina começaram a traçar planos e sonhos com o bebê. Ela é documentarista, ele, fotodocumentarista. Assim, eles começaram a registrar essa espera em imagens, como um álbum de recordações. Mas, geralmente, os álbuns de família trazem só os momentos felizes. É como se não houvesse lugar ali para as crises e os sofrimentos, os lutos e as separações. No álbum da Eliza e do João, cabia tudo isso.

Maracutaia | Évelin Argenta

Em 1989, uma palavra começou a ser dita por um candidato na TV. Na hora, ela fisgou a atenção de jornalistas e linguistas. Mas de onde ela veio, mesmo? E qual foi o caminho que ela fez até cair na boca do povo?

Marginália | Natália Silva

Em 2020, o sociólogo José Henrique Bortoluci contou ao pai que queria escrever um livro sobre ele, um caminhoneiro que viajou pelas estradas do Brasil durante 50 anos. Dias depois de concordar com a empreitada, Didi – como era conhecido – foi diagnosticado com câncer de intestino. Ao longo do tratamento, José e o pai conversaram sobre o passado. As conversas, captadas por um gravador, se entrelaçam ao relato de José Bortoluci neste ato sobre o que aprendemos sobre nós mesmos ao tentar desvendar quem são nossos pais.

Maria e café | Maria Stockler Carvalhosa

Em 2022, Maria Stockler Carvalhosa recebeu uma ligação que mudaria sua vida. Depois de anos tentando, Maria, que é cega, foi selecionada como candidata a parceira de um labrador chamado Café. O Instituto Magnus, em Sorocaba, uma das poucas instituições no país que treina cães-guia, tinha tentado achar um cachorro compatível com Maria – na personalidade, tamanho e passo. De repente, ela teria que criar uma simbiose com um bicho que nunca tinha conhecido na vida. Estava marcado o encontro que ia mudar a relação dela com o mundo e com a cegueira. Maria seguiu para Sorocaba – e levou um microfone da Rádio Novelo junto.

No balcão da farmácia | Natália Silva

Às vésperas do segundo turno das eleições de 2022, o debate entre os presidenciáveis teve um momento inesperado de “merchan”. Lula cobrava a incoerência de seu rival, hoje contra o aborto, mas que já tinha defendido a distribuição de pílulas abortivas – e Bolsonaro, indignado, soltou: “Abortivo é o Cytotec!”. Para muita gente, foi a primeira vez que ouviram o nome. Mas, para outros, Cytotec era um velho conhecido – para o bem e para o mal. Mergulhamos na longa história de como um medicamento para gastrite e úlceras transformou a vida das mulheres brasileiras, e foi transformado por elas.

Noites alienígenas | Victor Manuel

Victor Manoel nasceu e cresceu em Cruzeiro do Sul, um pequeno município quase no final da única estrada que corta o estado do Acre. Na infância, ele ouvia causos sobrenaturais da família ribeirinha do pai, e vivia avistando objetos misteriosos no céu. Já na adolescência, os acontecimentos surreais que ele passou a testemunhar eram de outra natureza.

O burro do Caetano | Flora Thomson-DeVeaux e Paula Scarpin

Gustavo Mayrink enfrenta a complicada tarefa de resgatar a memória do pai. Ele quer que o mundo saiba que Geraldo Mayrink fez a pergunta cuja resposta virou o meme “Como você é burro, cara!” de Caetano Veloso – mas também quer que o mundo saiba que o pai dele não tinha nada de burro. Nesta história, uma pequena viagem por brigas de Facebook e rixas musicais, com uma pitada de ressentimento italiano.

Os cadernos de família | Bárbara Rubira

Nos anos 1970, quando teve seu primeiro filho, o jornalista Alberto Villas ouviu de um pediatra que as crianças, ao crescerem, deixam de se lembrar de coisas que aconteceram até os sete anos de idade. Foi aí que ele decidiu comprar um caderno para registrar os acontecimentos — familiares e noticiosos — de cada dia dos primeiros sete anos de vida do primogênito. Anos depois, em 1990, Alberto retomou a ideia com o nascimento da terceira filha, Maria Clara. Mas dessa vez, ele não quis parar os registros quando a filha completou sete anos. Hoje, aos 32, Maria Clara tem na casa dos pais cadernos que registram todos os dias de sua vida.

Os sapos | Flora Thomson-DeVeaux

Em janeiro de 1986, o naturalista Augusto Ruschi, conhecido por seu trabalho com beija-flores e orquídeas, deu uma entrevista em que fez uma revelação: ele estava morrendo. Numa expedição na floresta, anos antes, ele tinha entrado em contato com um tipo de sapo venenoso, e desde então sofria com sintomas graves. Depois de muitas tentativas de cura, ele pedia socorro, implorando pela chance de poder viver mais um pouco. Quem ouviu foi o então presidente Sarney, que promoveu um encontro entre Ruschi, o cacique Raoni e o pajé Sapaim no Rio de Janeiro, com direito a aviões fretados pelo governo federal. Ao longo de três dias, Raoni e Sapaim trabalharam para curar Ruschi num ritual extensivamente coberto nos jornais. No final do ritual, Ruschi se sentia novo. A medicina indígena tinha curado um cientista e era manchete nacional. Mas por que essa história caiu no esquecimento?
O produto pode ser adquirido no site da editora Mapa Lab. O valor varia de R$ 25 à R$ 200.