PocahReprodução / Instagram
O álbum é dividido em três atos distintos e cada um representa uma fase da vida dela - MC Pocahontas, Pocah e Viviane. Essa estrutura narrativa se faz presente tanto na sonoridade, quanto no conteúdo lírico das canções, com cada ato sendo introduzido por uma interlude que marca o início de um novo capítulo.
"Nesse álbum eu consigo me teletransportar. Passei por fases boas e ruins na minha carreira. Acho que as fases ruins ensinam e fortalecem. Peguei todo o meu aprendizado e trouxe para o agora. São 14 anos de carreira, nesse período deu para aprender muita coisa", avalia, aos risos.
Rock in Rio
Pocah está prestes a viver mais um marco na carreira. Ela se apresentará pela primeira vez no Rock in Rio, no Espaço Favela, no dia 20 de setembro. "Até uma parte da minha carreira eu nem achava que era possível uma funkeira estar neste festival. É como se dissessem que é possível sonhar, que é só trabalhar e lutar por isso. O movimento do funk está conquistando seus espaços e estou lá, conquistando o meu também. Então, quando eu subo ao palco do Rock in Rio, subo também representando a massa funkeira, os jovens que vieram da favela, assim como eu", destaca.
Pocah, então, recorda o início da trajetória profissional e as dificuldades que enfrentou. "Vim do meio do nada, perspectiva de vida zero. Mas o funk me abraçou, abriu as portas para mim. Salvou a minha vida em um momento difícil, onde meus pais estavam desempregados. Pude dar um giro na minha vida, então sou muito grata a esse movimento. Vou estar no Espaço Favela representando Duque de Caxias, Campos Elíseos, meu Rio de Janeiro", frisa ela, emocionada.
Violência doméstica
Neste trabalho, Pocah aborda traumas e batalhas em faixas como "Livramento", canção que fala sobre o relacionamento abusivo que viveu e como sua fé se fez presente naquele momento. "'Livramento' é um agradecimento a Deus por ter me dado esse livramento. Achei que era o meu fim naquela noite e não foi. Não fui a primeira e não serei a última que vou abordar esse assunto, mas acho necessário sempre a gente expor, é uma forma da gente dizer 'você não está sozinha'. Muitas mulheres são caladas e tachadas de loucas, mas na verdade, são vítimas da situação. Quando essas mulheres decidem falar sobre seus momentos de violência, de relacionamentos que foram conturbados e tóxicos, soa como um alerta, porque infelizmente eu não fui a única", lamenta.
Homenagem para a filha
"E também para as mães que já tiveram que deixar suas casas, deixar seus filhos para poder ir trabalhar e buscar o pão de cada dia, principalmente mães solos que não têm uma base para poder dar um suporte. Acredito que a parte mais coesa do álbum e mais íntima", completa.