Rio - A atriz Paolla Oliveira retorna para mais um Carnaval à frente da bateria da Grande Rio, que esse ano busca o bicampeonato com uma homenagem a um dos maiores ícones do samba, Zeca Pagodinho. A artista declarou que o carinho e acolhimento da comunidade é um dos principais motivos que a fazem sentir felicidade por representar a agremiação na Marquês de Sapucaí.
"É maravilhoso, é um combo de coisas. É estar à frente do coração de uma escola e ser agraciada com muito carinho por uma comunidade e todos que participam dela, é fazer parte desse todo, dessa alegria que é estar aqui desfilando mais uma vez, é delicioso e é por isso que eu volto", afirmou a atriz, que descreveu o Carnaval como uma celebração da cultura brasileira.
"Carnaval é alegria, é liberdade, é junção dos povos, das culturas, é Brasil", disse.
Prestes a entrar na Avenida, a rainha da escola de Duque de Caxias, voltou a falar sobre a importância da liberdade feminina, principalmente com relação aos seus corpos. Nesta semana, a atriz realizou uma postagem na sua redes social destacando as mulheres que desfilam na Grande Rio.
"Está mais do que na hora de a gente colocar outras histórias, mais plurais, colocar por outras perspectivas os assuntos femininos, os temos femininos. Acho que está na hora de revermos essas perspectivas e tudo o que é falado sobre corpo, padrão, que já não cabe mais", completou.
Busca pelo bicampeonato
Após ganhar o tão sonhado primeiro troféu, a tricolor de Caxias já está com sede de gritar, com um copo de cerveja na mão, o bicampeonato escrito em uma faixa amarela, com a homenagem ao mestre Zeca Pagodinho. A escola é a segunda a desfilar neste domingo (19) no Sambódromo da Marquês de Sapucaí.
O enredo se aventura no estilo do artista que, segundo relata o carnavalesco Leonardo Bora, ainda nos anos 80 era chamado de Noel Rosa do Irajá, que, assim como o poeta da Vila, tinha forte ligação com o território e era um cronista do cotidiano. A característica de andarilho musical permite pensar, a partir de cada lugar, os subúrbios do Rio, a Baixada, o modo de vida do samba, seu espírito inconfundível de um filho dessa terra; um quase "Zeca way of life", como diz o enredo. Ou um "Deixa a vida me levar", como o próprio homenageado cantou e canta até hoje.
Zeca, como se sabe, é torcedor declarado da azul e branco de Oswaldo Cruz. No samba, também nota-se referências à carreira do cantor, como o Cacique de Ramos, berço de muitos bambas do samba carioca, como também a madrinha Beth Carvalho, responsável direta no início do trabalho do artista.
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