Rio - Tem mineira no samba! Erika Januza vai riscar o chão da Marquês de Sapucaí, nesta segunda-feira, como rainha de Bateria da Unidos do Viradouro. Em seu terceiro ano consecutivo no cargo, a atriz comenta a ansiedade pelo desfile, declara seu amor pela escola de Niterói e fala sobre os aprendizados e a responsabilidade de reinar à frente da Furacão Vermelho e Branco, comandada por Mestre Ciça.
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"Aprendi muito do primeiro ano até esse, e sigo aprendendo com o mestre de bateria, diretor de carnaval, presidente... Ser rainha de bateria traz muitas responsabilidades. Uma das coisas que eu levo desde o início é a importância de estar junto da escola. Sempre quis ser participativa e tenho conseguido fazer isso, por mais que a agenda esteja cheia", afirma a artista, que mantém uma boa relação com a comunidade. "É maravilhosa. E cheguei sendo uma rainha artista, não sendo da comunidade. Antes, tinha uma pessoa (Raíssa Machado) há sete anos no posto. E eu fui muito bem recebida por todos desde o primeiro ano. E essa relação só melhora", celebra.
Antes de pisar na Avenida, Erika gosta de fazer alguns rituais. "Tomo banho de folhas em casa antes, faço oração, acendo vela. Faço massagem, porque é uma pressão danada, dá o maior nervosismo. No ensaio técnico eu já fico nervosa, mas quando pisa lá, tudo passa. Tudo vai embora. Gosto de ficar mais quietinha antes do desfile, então, assisto as primeiras escolas pela televisão. Fico bem de stand by mesmo, não gosto de me atrasar", entrega. Apesar de não ser sua estreia, a atriz brinca que o nervosismo é o mesmo do início. "Sigo nervosa, meu frio na barriga não passou".
Este ano, a Viradouro vai levar para a Marquês de Sapucaí o samba-enredo "Arroboboi, Dangbé", que fala sobre a energia do culto ao vodum serpente. Mas Erika já adianta que sua fantasia não terá a serpente como referência. "A escola vai trazer muita serpente, mas não vou estar serpente. Minha fantasia é leve e não é comportada, não. Nessa época do ano, eu mostro o corpo mesmo (risos). Meu look não tem penas, não consigo mais usar. Visualmente é mais bonito, mas quando você para pra pensar que aquela pena vem de bicho... Não me sinto mais à vontade, então, recorro a outras técnicas", explica.
Nascida e criada em Contagem, em Minas Gerais, a artista tem Evelyn Bastos, rainha de bateria da Mangueira, que homenageará a cantora Alcione, como inspiração. "Ela tem uma presença que você não consegue tirar os olhos dela. Até parada ela é um acontecimento", opina.
Corpo sarado
A boa forma de Erika, de 38 anos, chama a atenção. Dona de um corpo sarado e belas curvas, a atriz se considera mais 'minhonzinha' em relação às outras rainhas e diz que nesse período pré-carnavalesco acaba perdendo peso devido aos ensaios da escola. "Sou uma rainha magrinha, mais 'mignon' em vista de algumas outras, mas sou feliz com isso. O importante é passar pela Avenida com fôlego, sambando muito até o fim, esse é meu objetivo. Neste período, sambo muito, o que é um aeróbico muito forte, e emagreço bastante. Então, faço academia também para tentar ganhar mais massa. Também me alimento melhor nesta época".
Presença confirmada no Carnaval de Belo Horizonte
Erika também vai desfilar em uma escola de samba de Belo Horizonte, chamada Cidade Jardim, como rainha de bateria convidada. "Acabo o desfile da Viradouro e vou pra BH. Fui convidada para participar do Carnaval de lá e acho importante de você prestigiar o Carnaval da sua terra. Lá, tem um Carnaval de rua muito forte e também tem desfile de escola de samba. E pouca gente sabe. Torço muito para que seja um Carnaval que cresça cada vez mais".
No elenco de 'Dona Beija'
Em meio ao agito carnavalesco, a atriz grava a novela "Dona Beja", da HBO Max, em que interpretará Candinha. "A gente grava a novela até dia 20 de março. Minha personagem é a Candinha, uma personagem que passou por um drama muito forte de vida. Estou amando e acho que as pessoas também vão gostar", acredita a artista, que aponta semelhanças com Candinha. "Sempre tenho a sorte de fazer personagens fortes, guerreiras. Acho que ela tem isso e é muito do que eu tenho também, de dar a volta por cima, ser forte em determinadas situações, apesar das mágoas".
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