Leandro Vieira, carnavalesco da Imperatriz LeopoldinenseDivulgação

Rio - A Imperatriz Leopoldinense divulgou, nesta segunda-feira (08, o título de seu próximo enredo: "Ómi Tútú ao Alúfon - Água fresca para o senhor de Ifón". Depois de 46 anos, a escola volta a abordar a temática afro-religiosa ligada à mitologia dos orixás como eixo principal. O último desfile tendo um orixá como protagonista foi em 1979, com a lenda de Oxumaré, assinado por Mário Barcellos e Caetano Costa.


Agora, sob o comando de Leandro Vieira, a agremiação apresenta o mito iorubá (itã) que narra ida de Oxalá ao reino de Xangô. No descortinar da história, o artista vai abordar as intercorrências do percurso e os desdobramentos religiosos que ainda hoje são realizados em reverência ao orixá “Deus da Criação” em função do conteúdo expresso no itã.

O desejo de fazer uma Imperatriz de contornos estéticos africanizados é uma antiga vontade do carnavalesco, que pensou em dedicar-se ao tema já em sua estreia na escola, em 2023. Na ocasião, optou pela literatura de cordel, na saga de Lampião em busca de morada no céu ou no inferno. O desfile rendeu o título após 22 anos de jejum. Vice-campeão no último Carnaval, o artista se mostra animado com o trabalho rumo a 2025.

"Esse enredo é um antigo desejo meu. E na Imperatriz pude encontrar um terreno fértil nos anseios de meus parceiros de trabalho e nos desejos da comunidade que sempre que podiam me pediam essa Imperatriz mergulhada num ambiente de sonoridade e visualidade preta. Tá sendo feliz pra mim e pra eles. Isso faz toda a diferença”, conta Leandro.

O carnavalesco destaca ainda a vibração dos companheiros de trabalho após a escolha.

“Vi a ideia ser recebida com muito entusiasmo de todos, da presidência aos meus companheiros de jornada, e especialmente a comunidade. Não à toa, diante de tanto entusiasmo coletivo, os desenhos estão adiantados, a setorização do desfile tá concluída, a sinopse em vias de ser finalizada e as alegorias do último desfile já estão sendo desmontadas no barracão