Logo criada pelo designer Antônio Vieira para o enredo da Tuiuti de 2025Divulgação
"O título do enredo é uma provocação. A quem interessa apagar a história de Xica Manicongo? Ela foi transgressora em sua trajetória, foi fichada pela Santa Inquisição e virou símbolo de luta das pessoas trans", explica Jack.
O lançamento do enredo ocorre na noite desta sexta-feira, na Cidade do Samba, durante a festa pelos 72 anos de fundação da agremiação. A sinopse será divulgada no dia 13 de maio. O logo foi feita pelo designer e ilustrador Antônio Vieira.
Trajetória
Sequestrada do Congo, Xica foi uma pessoa escravizada que viveu em Salvador e trabalhou como sapateira. Seu sobrenome era um título utilizado pelos governantes para se referir aos seus senhores e às divindades. Dessa forma, pode-se traduzir seu nome como "Rainha ou Realeza do Congo".
No século XVI, recusava-se a usar vestimentas masculinas e a se comportar “como um homem”. Assim, foi acusada de sodomia e julgada pelo Tribunal do Santo Ofício por heresia.
Foi condenada à pena de ser queimada viva em praça pública e ter seus descendentes desonrados até a terceira geração. Para não morrer, abdicou das roupas e adotou o estilo direcionado aos homens.
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