Rio - O carnavalesco Cahê Rodrigues, 48 anos, anunciou recentemente sua saída da escola de samba paulistana Camisa Verde e Branco para tratar um quadro de depressão e síndrome do pânico. Essa é a primeira vez que ele sentiu necessidade de buscar ajuda profissional.
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"Fui diagnosticado no dia 17 de outubro e no mesmo dia já dei início ao tratamento. Sou privilegiado em ter uma família incrível e amigos maravilhosos, além da corrente de carinho que me cerca. Estou me esforçando para não parar, pois sou um artista de carnaval. Preciso comer, pagar as minhas contas...", contou ele.
Cahê recorda que nos últimos anos passou por alguns traumas na vida que podem ter desencadeado a síndrome do pânico.
"Além dos meus problemas pessoais, já enfrentei um incêndio no barracão da Grande Rio, em 2011, sofri um assalto seguido de sequestro em 2014, quando trabalhava na Imperatriz e com todas as dores segui em frente. Mas, dessa vez não consegui controlar meus sentimentos e precisei buscar ajuda profissional. Vou fazer 30 anos de carreira e nunca precisei me afastar de um trabalho', explica.
A depressão é uma doença que afeta milhões de pessoas no mundo todo e qualquer sinal de sintoma é importante buscar ajuda médica e o tratamento adequado.
"Demorei muito para buscar ajuda, fiquei camuflando minhas dores durante muito tempo. É um mix de sentimentos que você não consegue explicar, você acha que consegue vencer, que é forte o suficiente. Mas chega uma hora que o corpo e mente respondem", detalha ele, que alerta às pessoas a buscarem auxílio.
"Não tenham medo nem vergonha de procurarem ajuda. Nem sempre uma foto sorrindo na Internet é sinônimo de felicidade", completou.
Saída da Camisa Verde e Branco e planos para o Carnaval
Através de um comunicado publicado em suas redes sociais, assinado pela assessoria jurídica Serpa Pinto Advocacia, foi dito que o carnavalesco iniciou imediatamente seu tratamento, "o que o obrigou a se afastar dos trabalhos que vinha desenvolvendo perante o carnaval paulistano, na Escola de Samba Camisa Verde e Branco".
"Assim que recebi o laudo, comuniquei à presidente que precisaria me afastar. O projeto do Camisa é lindo! Gigante como a escola, tudo foi feito com muito amor e dedicação. Estarei na torcida para ver o Trevo da Barra Funda e sua comunidade aguerrida brilhar no Anhembi", disse.
A Camisa Verde e Branco será a última a desfilar no Sambódromo do Anhembi, no dia 28 de fevereiro, pelo Grupo Especial. A agremiação fará uma homenagem a Cazuza com o enredo "O tempo não para! Cazuza – o poeta vive!".
A princípio, ele segue como carnavalesco da Escola de Samba Independente de Boa Vista, em Vitória, no Carnaval 2025.
"O projeto artístico está todo pronto e a Escola entende o meu momento atual e se colocou a disposição para ajudar no que fosse preciso. Humanidade e acolhimento é tudo!", conclui.
Em sua trajetória profissional, o carnavalesco já passou por grandes escolas cariocas como Portela, Grande Rio, Imperatriz Leopoldinense e União da Ilha.
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