Maurilio e a esposa, Luana RamosReprodução/Instagram

Rio - Luana Ramos, viúva do cantor Maurílio, que faleceu em dezembro de 2021 após complicações de um tromboembolismo pulmonar, usou as redes sociais para fazer um desabafo. Nesta quarta-feira, ela compartilhou cliques da última viagem que fez com o cantor sertanejo entre a cidade de Goiânia, capital de Goiás, e Imperatriz, cidade natal do casal no Maranhão.
Na publicação, ela relembrou a calmaria do companheiro, o gosto musical semelhante dos dois, momentos em família e falou sobre como está difícil superar a saudade deixada pela perda do cantor sertanejo aos 28 anos. "Sem você, está tudo sem graça... Está tudo ao contrário, esquisito. Só queria ficar sozinha, gritar seu nome bem alto igual fiz no culto e chorar, mas agora não dá. O nó na garganta só aumenta", escreveu.
Confira relato completo:
"Eita Maurílio... Hoje minha paciência está bem curtinha, daquele jeito. Viagem, estrada ruim, muita chuva, apenas 2 horas de sono na noite, barulho de televisão, de pessoas, mexe nisso, mexe naquilo. Cadê você para me acalmar, me abraçar apertado, me fazer respirar fundo e me deixar tranquila em menos de 3 segundos?! Afinal, se estressar para quê?! Você sempre tão calmo, aprendi tanto com você, me mostrando que 99% das coisas não merecem nosso desassossego.
Nossas viagens de carro Imperatriz-Goiânia que sempre foram tão tranquilas, em paz, apenas nosso silêncio confortável e o Zezé di Camargo cantando por quase 11 horas seguidas na playlist (ainda bem que nosso gosto musical é muito semelhante!). Sem você, está tudo sem graça. Até a estrada que era ótima, está só buraco. O clima que sempre era excelente, foi chuva forte o dia inteiro. Está tudo ao contrário, esquisito. Só queria ficar sozinha, gritar seu nome bem alto igual fiz no culto e chorar, mas agora não dá. O nó na garganta só aumenta.
Esses textos que antes eram pra falar sobre como você estava dia após dia, hoje é praticamente um desabafo para mim. Não espero que ninguém entenda, mas, de alguma forma, isso alivia minha mente. Estou aqui escrevendo dentro do carro, na porta de um restaurante em Gurupi, enquanto minha família está ali na mesa aguardando a comida e me aguardando também, mas vou permanecer aqui até esse nó na garganta diminuir um pouco mais, não quero tratar ninguém de forma ríspida só porque não estou bem. É a forma que consegui ficar 'sozinha' agora. Ainda não dá pra gritar.
A gente sempre teve nossa vida tão reservada e de um dia para o outro, estávamos em todos os lugares. Não da forma que a gente gostaria, nem como estava planejando fazer, mas aconteceu. Agora fico aqui escrevendo sobre você, sobre como me sinto, sobre nossa vida. Penso até que devo fazer isso, para ninguém nunca esquecer do ser maravilhoso que você é e compartilhar um pouco mais de você com as pessoas que gostam de você e queriam te conhecer um pouco mais. Espero que isso que estou fazendo seja algo bom.
Registros da nossa última ida/volta de carro pro Maranhão, com nossa tradicional parada na casa da nossa família de Araguaína"