Rio - Chitãozinho e Xororó são ícones do sertanejo e colecionam números. São mais de 40 milhões de discos vendidos, 39 álbuns inéditos, dez DVDs, cinco prêmios Grammy, mais de 400 músicas gravadas, centenas de discos de ouro, platina e diamante. Para celebrar 50 anos de carreira, a dupla preparou uma série de projetos que incluem série, gibi, musical, documentário e uma turnê especial, intitulada “Por Todos Os Tempos”, que vai rodar o Brasil e o mundo.
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Eles, inclusive, serão a primeira dupla sertaneja a tocar no Radio City Music Hall, em Nova York, no dia 3 de setembro. "Vai ser a realização de um sonho que nem tínhamos sonhado, cantar no palco do Radio City. A gente sabe que alguns artistas brasileiros já fazem turnê pelos EUA e especialmente lá. Um deles é o Roberto Carlos, que também é muito famoso em toda a américa latina", comenta Chitãozinho. Na sequência, Xororó lembra o início da dupla. “Até a década de 70, a gente cantava em periferias de circos de São Paulo e em cidades próximas, como Atibaia, Bragança Paulista, etc. Imagina começar em um circo de periferia e cantar no Radio City? É algo que não poderíamos jamais sonhar”.
Com o uso de painéis de led de última geração na composição do palco, o show faz uma verdadeira viagem no tempo e convida o público a relembrar os maiores sucessos da dupla, como 'Galopeira'. "A gente tem a 'Pássaros' no repertório, é a música mais nova. O show tem duas horas de duração e conta nossa trajetória, nossa vinda do Paraná pra São Paulo logo na abertura. Quem for assistir ao show, vai viajar na nossa história, no nosso repertório e nas músicas mais importantes", destaca Chitãozinho.
Sobre a qualidade vocal da dupla, Xororó revelou que começou a fazer aulas com um técnico vocal após a turnê dos filhos Sandy e Junior, em 2019. "A gente tem que exercitar (a voz). Aprendi isso 50 anos depois. Nunca tinha feito aula de canto, sempre tive minha voz aguda e preservei muito. Cantava mais nos shows e sentia uma certa dificuldade. Nas férias, quando eu voltava, demorava uns 3 shows pra voltar ao normal. Na turnê dos meus filhos, Sandy e Junior, eu conheci um vocal coach muito fera, fiz um teste com ele. Gostei e comecei a fazer aula online", afirmou o cantor.
Chitãozinho também se rendeu as aulas e vê resultados. "É impressionante. Ele melhorou muito minha forma de cantar, não só nas cordas vocais. É a melhora na técnica. A gente está muito feliz, as pessoas vão perceber isso na turnê".
Boa relação Trabalhando juntos há 50 anos, a dupla admite que tem uma boa relação. "A gente se dá super bem, principalmente, na parte profissional. Nós temos comportamentos totalmente diferentes, personalidades diferentes, mas a gente aprendeu a se respeitar desde criança. A gente não tem muitos problemas familiares pra resolver, ficou no passado", comenta Chitãozinho.
"Todas as famílias tem as divergências, normais. Chitão tem dois anos a mais que eu, muito cedo ele começou a encabeçar a dupla, a parte mais criativa. A gente teve uma certa dificuldade, no caso eu, por ser mais novo. Falava bem menos também e eu sempre me envolvi na parte musical. Desde o início, me interessava muito por instrumentos, arranjos. Depois, quando comecei a entender um pouco mais da vida, quando começou a virar uma profissão, comecei a reivindicar meu espaço, com as minhas ideias. Então, a gente teve alguns atritos. Mas a gente entendeu muito cedo também que 'meu espaço termina quando começa o seu'. E essa regrinha da vida é básica, mas inteligente", acrescentou Xororó. "Um completa o outro", finalizou Chitãozinho.
Série na Globoplay e documentário Inspirada na vida e nas canções de Chitãozinho & Xororó, a série 'As Aventuras de José & Durval', com produção da O2 Filmes e do Globoplay, é estrelada pelos irmãos Rodrigo e Felipe Simas no papel de José e Durval, respectivamente, e conta com Andreia Horta, Marco Ricca, Pedro Tirolli, Pedro Lucas e grande elenco. Dividida em oito episódios de 45 minutos, a produção, que ainda não tem data de estreia, conta a história dos irmãos desde a infância deles no interior do Paraná até o estrelato. "A surpresa vai ser grande pra gente também. A gente não viu nada, não assistiu. A gente viu uma ceninha só", revelou Xororó.
Chitãozinho ainda conta o motivo deles terem aceitado o convite para mostrar detalhes da vida pessoal e artística na série. "Nesses anos todos, muitos diretores nos procuraram para fazer um longa. E a gente nunca sentiu essa liberdade, essa coisa profissional, de confiança, pra gente liberar nossa história. Com o tempo passando, as coisas foram clareando e se firmando mais, ficou até difícil falar não. Porque as pessoas cobravam isso há muitos anos. Quando surgiu a ideia de fazer uma série ao invés de um longa, a gente amou. Hoje todo mundo é viciado em série. O que as pessoas querem mesmo é saber o particular, as músicas a maior parte do público já conhece", opinou.
Um documentário também será produzido trazendo à tona pontos importantes da trajetória dos artistas, assim como seu legado deixado para todas as gerações. No entanto, a dupla não deu mais detalhes sobre a produção.
Gibi e musical Além do documentário e série, um gibi que conta a história dos sertanejos é outra novidade. Na história em quadrinhos, os cantores permanecem sempre crianças e viverão aventuras no 'Vale da Música'. "A ideia é transformar a vida deles em um conto de fadas. Eles não crescem nunca, eles vivem aventuras no 'Vale da Música'. A maioria dos personagens que eles vão encontrando são pessoas que passaram pela vida artísticas deles e são pessoas mágicas. Elfos, fadas, seres que vivem no Vale da Música e ajudam a dupla a fazer o repertório. É algo mais fantástico. Acho que vocês vão gostar", acredita o cartunista Ridault Dias Junior.
Para o ano que vem, um musical está previsto. " A gente sabe do musical, mas, de acordo com o nosso cronograma, essa vai ser a última comemoração, deve ser no ano que vem", avisa Chitãozinho.