Luciano CamargoReprodução/Youtube

 Rio - Luciano Camargo, 51 nos, oficializou sua entrada na música gospel após o lançamento do clipe de "Terra Fértil", ocorrido na última sexta-feira (24), nas principais plataformas digitais. O irmão de Zezé di Camargo já havia dado sinais desse desejo de se dedicar às canções cristãs em 2020 e explica que tudo começou após atender a um pedido da mãe, dona Helena.
"Lá atrás, quando eu lancei o primeiro louvor a pedido da minha mãe, depois eu entendi que esse desejo de ter um filho gravando louvores foi Deus que colocou no coração dela. Embora naquela época a gente tivesse um grande lançamento e até um especial de fim de ano (na Record), não era um lançamento profissional, era a intenção de tocar o coração das pessoas", explicou.
Veja o clipe de Terra Fértil abaixo!
O sertanejo revelou ainda como e quando aconteceu sua conversão. "Eu lembro exatamente a hora e o dia. Foi como se eu tivesse levado um tapa. Casei com uma mulher que já era evangélica, ela sempre orando por nós, por nossa casa, mas ela dizia 'eu não sou a salvação, ela é individual'. Como toda mulher cristã, ela orava dia e noite para que eu viesse a me converter", contou.
O artista é casado com Flávia Camargo há mais de 20 anos, e juntos eles têm as gêmeas Helena e Isabella, de 14. Quando conheceu a mulher, ela já era evangélica e frequentava a igreja aos domingos, e ele atribui, além da mãe, às orações dela e aos "joelhos dobrados" essa sua mudança. 
"A Flávia é a resposta de oração da minha mãe. Minha mãe sempre falava que Deus estava preparando uma mulher para minha vida. E quando minha mãe descrevia a minha mulher, por ser evangélica, ela descrevia uma mulher crente, de cabelo comprido, vestido mais longo", relembrou.
O sertanejo contou que muitas vezes alegava para a mulher que estava cansado para ir à igreja, e isso até foi motivo de afastamento dela. "Nós levamos nossas filhas para serem apresentadas para a igreja e mesmo assim eu não frequentava, até que o Espírito Santo começou a me tocar e comecei a gostar de ir para a igreja. Virei para o pastor e falei: 'um dia quem estará ali sendo batizado serei eu'".
Segundo Luciano, o interesse aumentou durante a pandemia, quando, em um dia, mandou uma mensagem para o pastor da época. "Naquela tarde, fui para saber o que era batismo e me converti. Descobri que tudo o que eu já tinha, eu não precisava, o que precisava de fato era o amor de Jesus. Naquele momento, entre as 16h e 17h, foi a virada de chave, quando o Espírito Santo passou a habitar em mim", disse.
'Eu era praticamente uma pessoa incrédula'
Zezé Di Camargo e Luciano estouraram em todo o Brasil no início dos anos 1990 com a música "É o Amor".  Depois disso vieram muito mais sucessos e milhões de discos vendidos.
"Faço sucesso no Brasil desde os meus 17 anos. Quando a música 'É o Amor' estourou, eu tinha completado 18 anos e, de lá para cá, Deus não deixou nem um segundo que eu caísse num buraco, é só sucesso, atrás de sucesso, vitórias atrás de vitórias. Mas, durante muito tempo, eu atribuía esse sucesso a mim e ao meu irmão. Embora acreditasse que existia um Criador, eu era praticamente uma pessoa incrédula", comentou.
"Eu não acreditava na morte para nos salvar. Eu estudava Filosofia, e, embora tenha todo respeito a todos os homens e suas teorias, eu estudava os homens errados. Hoje estudo o único correto. Quando falo em estudar, quero também viver a palavra de Cristo", completou.
Apesar da preocupação de muitos fãs da dupla, a assessoria afirma que o cantor vai conciliar a carreira gospel com o sertanejo. No site oficial, a dupla tem shows agendados até outubro. 
Luciano falou ainda sobre o respeito e cuidado com os evangélicos. "Eu sou um menino na fé, mas tenho um cuidado muito grande de não envergonhar meus irmãos cristãos. Tenho cuidado com o que vou cantar e falar. Por isso, que além da vontade muito grande de estar cada vez mais perto do Cristo, quero, através da minha voz, em nenhum momento ser pedra vergonhosa para alguém, quero honrar cada vez mais a palavra de Deus.
Em sua trajetória, o artista contou que tem lembranças de vários momentos de livramentos de tristezas e acidentes. "Mas nunca coloquei no passado como se fosse um livramento divino. Até as minhas vitórias concedidas pelo Pai, na verdade, achava que eram minhas. Qual o propósito de amanhã, eu ainda não sei, mas quero viver cada segundo, diante Dele, dando graças a Ele por tudo", concluiu.