Suel fala sobre seu novo projetoGabriel Maia / Divulgação

Rio - Suel quis mostrar um lado mais versátil como cantor aos fãs e, por isso, apostou no "Pôr do Suel", uma "festa" que inclui no repertório músicas de vários estilos. O projeto, que tem pagodes clássicos dos anos 1990, se tornou o maior sucesso e, agora, ganhou uma versão audiovisual, gravada em Recife. Em entrevista ao Meia Hora, o artista fala sobre o lançamento da primeira parte deste trabalho, com as participações de Marvvila em "Tomara" e Toni Garrido em "Oyá", diz que acompanha os talentos da nova geração do pagode, revela o que almeja para sua carreira e muito mais. Confira!
Você lançou a primeira parte do audiovisual 'Pôr do Suel – Ao vivo em Recife (Parte 1)' recentemente. Fala um pouquinho para a gente sobre esse novo trabalho? É uma materialização do que já está 'bombando' desde 2022?
Exatamente. O projeto começou na Zona Sul do Rio, em São Conrado. No início, era uma festa para cerca de duas mil pessoas. Era o que sempre eu quis fazer, um projeto desconstruído. Quem me acompanha sabe que meu som é romântico, gosto de músicas mais dramáticas. E o "Pôr do Suel" vai na contramão disso. É alegria, canto de tudo, desde músicas de sofrimento até músicas de outros estilos. Já cantei até funk. Queria que a galera conhecesse esse outro lado meu. 
O "Pôr do Suel" conseguiu ser esse multiverso. E cresceu tanto que não teve saída. Foi natural a gente gravar um DVD, um audiovisual, e dessa vez para seis mil pessoas em Recife, em um outro estado, no Nordeste. Foi uma realização de um sonho. Esse trabalho acabou se tornando o principal projeto desse ano, onde eu vou divulgar músicas enérgicas, que a gente vai trabalhar de verdade. Inclusive, vou rodar o Brasil em turnê com o "Pôr do Suel".

Esse projeto tem as participações de Marvvila e Toni Garrido. Como você chegou nesses nomes? Já conhecia bem o trabalho deles?
Conheço a Marvvila desde quando ela se chamava Kassia. O nome dela é Kassia Marvvila. Tive a oportunidade de participar e contribuir da carreira dela com a música "Vendaval", que ela gravou com o Belo. Acho que ela ficou me devendo, né? (risos). Brincadeira, a gente é amigo. A gente se fala, é uma menina muito talentosa e é uma grande representante do pagode feminino que vem crescendo dia após dia. 
O Toni Garrido sou fã desde criança. Não conhecia o Toni, só conhecia a obra dele, e eu tinha muita vontade de gravar com um grande astro da música popular brasileira. É um cara que eu conheço quase que toda discografia. Nunca tinha tido a oportunidade de trocar ideia, a gente se esbarrou uma única vez ao longo desses 22 anos de carreira, eu era muito novo, fiquei até meio que sem palavras, não consegui nem conversar com ele direito. Pedi ajuda de um grande ídolo, que se tornou meu amigo também, que é o Fernando Pires, do "Só Pra Contrariar". Liguei para ele e falei: "Cara, me ajuda, sei que você conhece o Toni Garrido, convida ele para participar do meu DVD". O Fernando fez a ponte e depois foi fácil, simples. 
E como foi a escolha desse repertório?
Foi um pouquinho difícil, porque a gente tinha que trazer músicas novas, mas por se tratar de um show ao vivo, com público, as pessoas iriam querer me ver cantando os grandes sucessos. Mas eu tinha acabado de gravar um DVD antes, o "Fases", que reúne meus maiores sucessos. Então, a gente teve que sacrificar algumas coisas para não contar a mesma história. E, junto disso, a gente trazia também músicas do Exaltasamba, Soweto, Art Popular e Molejo, que é o que dá a cara ao "Pôr do Suel". A gente conseguir dividir isso foi complicado. Graças a Deus, a minha carreira, ela traz muita bagagem, muitas músicas, são muitos anos. E o pagode também. O pagode tem uma história gigantesca. Se você escolher um repertório de 20 músicas, você vai deixar muita coisa, que é clássico, de fora. Nas regravações, a gente priorizou músicas que são unanimidade em todos os estilos. 
O pagode dos anos 1990 vem ganhando cada vez mais destaque. Fica feliz com essa valorização do ritmo?
É bom para todos nós. Venho de uma geração um pouco depois, de 2002. Junto com a galera nova que está chegando, tem também aos artistas que estão gravando álbum de pagode, como Ludmilla, Gloria Groove,  Léo Santana e Felipe Araújo. Acho isso maravilhoso, porque o pagode é um dos gêneros mais brasileiros que existe. Você só encontra pagode aqui no Brasil, feito por brasileiros. É um gênero que representa muito o nosso país. É maravilhoso o crescimento que o pagode tem tido e não dá para esperar menos que isso. 
Você acompanha os novos talentos do pagode, Suel? Tem algum nome que tenha te chamado a atenção?
Acompanho, tem até um artista que fui surpreendido, ouvindo uma playlist de pagode. É o grupo IMBA & Damazzio, a música é "Bolsa de Amores". Achei sensacional essa música, não conhecia. O cantor é fantástico, e eu já quero conhecer mais o trabalho desse artista. Quanto mais artistas novos chegarem para agregar, é bom que a gente aprende com eles, eles aprendem com a gente. E, mais do que isso, o público sai ganhando.
Você completou 22 anos de carreira, já teve muitas realizações profissionais. Ainda tem algo que você deseja artisticamente?
A gente sempre está almejando alguma coisa. Acho que essa é grande graça da carreira, nunca estar acomodado. Se o sucesso tem um segredo, acho que pode ser esse, você nunca querer se acomodar, querer buscar sempre uma evolução. Meu maior sonho como cantor é participar do especial do Roberto Carlos, cantar uma música com ele. Tem outros objetivos e desejos. Esse ano a gente vai fazer uma turnê na Europa e nos Estados Unidos. Sempre viajo para lá a passeio, de férias, mas nunca fui a trabalho. Esse é um dos meus desejos para esse ano. 

Você respira música, Suel? Imagina sua vida longe dos palcos?
Não consigo imaginar minha vida longe dos palcos. Fico pensando em como vai ser quando eu estiver velho, cansado... Eu vou sentir muita falta de estar nos palcos. Em tudo o que faço na vida, estou cantando. Em casa, tomando banho... Só não canto quando estou dormindo, mas sonho com músicas às vezes. Não me imagino fazendo outra coisa, sem estar nos palcos. Compor é algo que me dá prazer, mas não é algo que eu faço todos os dias. Meu lado compositor é de fases.