Ana HikariReprodução / Instagram

Ana Hikari, de 29 anos, que está no ar como a Mila de "Família É Tudo", da TV Globo, desabafou nesta terça-feira (18) sobre uma situação que viveu no trabalho. Através do Stories no Instagram, a atriz contou que foi chamada de "japonesa" por outro funcionário e fez um longo desabafo de como isso é algo que incomoda a ela e a outros descendentes de imigrantes asiáticos.

"Hoje, no trabalho, fui chamada de japonesa na empresa que trabalho há sete anos, e onde todos sabem o meu nome. São 116 anos imigração japonesa, 116 anos que os primeiros japoneses chegaram no Brasil e escolheram esse país para ser seu novo lar. Tem mais de 100 anos que meus avós maternos se mudaram para o Brasil e se naturalizaram cidadãos brasileiros. Minha mãe nasceu aqui, ela é brasileira. Eu nasci aqui, sou brasileira", iniciou.

A atriz ainda falou sobre sua família paterna que não tem descendência asiática, e mesmo assim, muitos ainda insistem em não considerá-la brasileira. "Ainda assim, 116 anos dos meus antepassados receberem o direito de serem cidadãos em outro país, 29 anos depois de eu nascer brasileira, ainda sou obrigada a ouvir me chamarem de japonesa".

Ana contou que essa situação aconteceu cinco vezes só neste ano. "Dia 18 de junho de 2024 comemoramos 116 anos de imigração japonesa. E nós, brasileiros, ainda somos vistos e tratados como estrangeiros no próprio país."

"Numa empresa que trabalho há sete anos ainda tem gente que me chama pela 'raça' e não pelo nome. Até podia chamar pelo nome da minha personagem, que em uma gravação todo mundo sabe e está tudo certo, mas nem isso", desabafou.

"Chamar alguém de japa é só jogar os seus preconceitos sobre o que você imagina de uma 'pessoa japonesa' em cima de alguém amarelo e ignorar que ela também pode ser de origem chinesa, coreana, taiwanesa, etc. Você está basicamente ignorando a individualidade daquele pessoa, o nome dela, a origem dela, a nacionalidade dela, jogando ela num bolinho de gente que você imagina que ela é ou deve ser", continuou.

"Vou te contar um segredo: ignorar individualidade de alguém baseado em pré-conceitos pautados na raça também pode ser delicadamente chamado de racismo", finalizou.