Bianca Andrade se explica após dizer que era mais feliz quando morava na comunidade Reprodução / Instagram
"Quando morava no Parque União, era mais feliz. Sorria muito mais, tinha menos problemas. Não tinha atingido ainda a vida adulta. Hoje sempre revisito essa Bianquinha, como ela lidava com coisas mais difíceis de como lido hoje. Tento buscar o que me fazia feliz naquela época para continuar sempre sorridente. Sorria muito mais, tinha menos problemas. Não tinha atingido ainda a vida adulta", disse a empresária no programa na última segunda-feira (9).
Nas redes sociais, a influenciadora fez um vídeo para explicar o contexto da fala e abordou os comentários negativos que recebeu. "Quando colocam na manchete: 'Boca Rosa diz que na favela era mais feliz', principalmente para quem mora numa situação de vulnerabilidade, [a pessoa] vai olhar e dizer: 'Ai, Boca Rosa, então volta para a favela'. Ainda mais aqui na rede social, que a gente se acostumou a não se aprofundar nos assuntos, a não ver o programa inteiro, o corte inteiro", iniciou.
"Eu não estou romantizando a favela, inclusive tem muita gente que não faz ideia de como é o Complexo da Maré, o Parque União, o lugar de onde vim", argumentou. "É interessante a gente falar que, hoje, sou muito grata por tudo que eu tenho", completou.
"Eu tenho uma casa, olha isso aqui", afirmou Bianca, mostrando a área externa de sua mansão em São Paulo. "Eu sou muito grata por hoje, quando passo por um problema de saúde, poder ter recurso para cuidar de mim e da minha família. Acho que qualquer pessoa em sã consciência sentiria gratidão", continuou.
"Mas um ponto interessante é a gente falar como mulher que veio de baixo, de um lugar de vulnerabilidade, e conseguiu ascender socialmente. Uma vez que você rala, rala, rala, trabalha e uma em um milhão, consegue ascender socialmente e sair da extrema pobreza, vem junto um medo muito absurdo", disse.
"A cada passo que você dá, esse medo se instala em você e te acompanha. Só que a gente não fala sobre isso, a gente fala sobre o sonho: realizei, cheguei aqui, yes! Para mulheres que empreendem, que sonham, desejo muito que vocês passem por isso. Que consigam realizar o sonho de vocês. Mas não se decepcionem caso essa ascensão econômica se a felicidade não vier junto em uma pilulazinha", aconselhou.
"Junto, vem muita culpa, muita autossabotagem... A gente tem essa síndrome da impostora, que é uma coisa que a gente pouco fala e que ela existe. Cada conquista minha, dentro de mim, eu fico: e se eu perder tudo isso? E se fizer algo de errado e perder tudo isso? Tá dentro de mim, sempre", garantiu.
Bianca exemplificou que, após uma reunião no dia anterior, ela saiu tremendo de nervoso. "Quando eu era adolescente e morava na favela, eu tinha uma mãe por trás fazendo que eu não percebesse nada dessas dificuldades. Minha mãe foi f*da, e eu tive essa base familiar", contou.
Ela ressaltou a gratidão que sente após conquistar milhões de seguidores e ter uma marca de sucesso. "O nosso medo não é só pela nossa família, mas por todos que trabalham com a gente. São 50 pessoas com a gente, mais todas vocês que estão aí. A gente não vai ter uma segunda chance", confessou.
"A gente acha que não é capaz, diferente de um homem, que olha e fala: 'Eu mereci, trabalhei'. A gente tem isso, a síndrome da impostora. A gente tem que trabalhar muito isso, enquanto vai crescendo no nosso negócio, principalmente do zero", afirmou, lamentando ser julgada o tempo todo pelos internautas. "Foi uma escolha minha, ok, por isso não julgo outras pessoas", falou.
Por fim, garantiu: "Faria tudo de novo? Faria. Posso parecer uma ingrata? Posso, por que o que estou falando sou eu sendo 100% sincera. Não sou grata? Muito pelo contrário, mas sou verdadeira com o que eu sinto".
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