Com quadro irreversível de Arlindo, Babi Cruz se abriu para novo amor Reprodução/Instagram

Rio - Um documento assinado durante o período em que Arlindo Cruz esteve internado em coma após sofrer um AVC (acidente vascular cerebral) pode ter sido fraudado para que Babi Cruz, mulher do sambista, e Arlindinho, filho do casal, virassem os administradores dos bens da família.
O "Domingo Espetacular", da Record, mostrou em uma reportagem exibida na noite deste domingo, 27, que uma procuração foi assinada em abril de 2017, um mês depois de ele ter sofrido o AVC. A reportagem ouviu duas pessoas listadas como testemunhas do documento que são ex-marido e mulher.
"Ele [Arlindo] não estava em coma no momento, estava acordado, demonstrando lucidez pelo olhar, então entendi que era viável fazer uma procuração", disse o advogado e testemunha Henrique Seiblitz. Ele afirma que a família estava sem conseguir custear as próprias despesas do hospital. "Ela [Babi] não queria interditar ele de maneira precipitada, por isso foi feita a procuração", completou.
Marciele Treptown, outra testemunha e ex-mulher de Henrique, contou que sempre soube o que foi feito na época. No entanto, relatou que não via nenhum tipo de irregularidade na ocasião. 
Segundo o advogado Antonio Ricardo, ouvido pela Record, os atos praticados com procurações irregulares podem ser nulos ou anulados. "O juiz vai avaliar e pode declarar tudo e fazer as partes ter quer responder, seja civil, seja criminalmente".
Arlindinho não quis comentar o assunto ao ser procurado pelo "Domingo Espetacular", enquanto Babi enviou um áudio contando que foi eleita administradora de curatela de direitos e passou por anos de pesquisa judicial. "Eu tinha 15 anos [quando o relacionamento começou], estou com 53, é uma vida ao lado do Arlindo", disse Babi, que teve a curatela definitiva concedida em dezembro de 2021, sendo legalmente responsável por cuidar do patrimônio de Arlindo.
Arlindo Cruz não assinou procuração
O cantor está longe dos palcos desde março de 2017, por conta de sequelas que comprometem sua fala e movimentos. Em abril daquele ano, um documento foi assinado dando poderes a Babi e Arlindinho de movimentarem os bens do cantor em qualquer instituição financeira.  
O sambista não assinou nenhum documento. Ubirajara da Conceição Pinheiro é o responsável pelo documento assinado a rogo legalmente. Babi Cruz e as duas testemunhas também assinaram o papel. A procuração a rogo seria "a pedido de alguém", e a pessoa precisa estar em condições de exprimir essa vontade. No caso de Arlindo, ele estava em coma. 
"Eu não tenho mais que justificar quem eu sou para o Arlindo, mas acho que isso já passou do limite", disse Babi. 
Marciele, uma das testemunhas, disse que sempre confiou demais. Ela é ex-mulher do advogado e testemunha Henrique Seiblitz, que nega qualquer irregularidade e afirma que o cartório colheu a digital de Arlindo Cruz. 
"A senhora Marciele tem conhecimento de que o ato foi legal, inclusive sabe que a Babi foi nomeada curadora pelo poder judiciário e ela agora quer me atingir", falou.
Ainda segundo a reportagem, o 15º cartório de notas analisou o documento e comprovou que o ato ocorreu com todos os requisitos legais.