Fernanda TorresReprodução/Instagram

Rio – Fernanda Torres, de 59  anos, venceu o Globo de Ouro na categoria melhor atriz em filme de drama, neste domingo (5), por sua atuação em "Ainda estou aqui". Esse foi o ponto mais alto na trajetória profissional da atriz – pelo menos até o momento, já que o Oscar é uma possibilidade. Mas até ter a estatueta em mãos, ela trilhou uma carreira que passou por diferentes gêneros e linguagens artísticas, como cinema, TV e teatro.


O início, a propósito, foi nos palcos. Filha dos atores Fernando Torres (1927-2008) e Fernanda Montenegro, a atriz carioca começou aos 13 no O Tablado, respeitada escola de teatro localizada no Jardim Botânico, na Zona Sul do Rio. O primeiro espetáculo dela foi "Um tango argentino", em 1978.

Ainda no teatro, atuou em outras peças, como "Orlando" (1989), "Da Gaivota" (1998) e "Duas Mulheres e um Cadáver" (2000). Entretanto, nenhum outro trabalho marcou tanto a trajetória teatral de Fernanda Torres como "A casa dos budas ditosos", monólogo inspirado no livro homônimo de João Ubaldo Ribeiro (1941-2014).

A montagem estreou em 2003, foi assistida por mais de dois milhões de espectadores e desde então volta e meia retorna em cartaz devido ao sucesso de público. Além disso, a peça rendeu diferentes prêmios à artista, dentre eles, o Qualidade Brasil, na categoria comédia, e o renomado Prêmio Shell.

Na TV

Paralelamente ao teatro, a atriz se destacou também em inúmeros trabalhos na televisão. O debute na telinha se deu na TVE em 1979. No mesmo ano, participou da série "Aplauso", que marcou sua estreia na TV Globo, onde também fez sua primeira novela: "Baila comigo", de Manoel Carlos, em 1981.

Também na emissora carioca, a atriz, recém-premiada por um papel de drama, fez sucesso entre crítica e público com personagens cômicas nas séries "Os normais" (2001-2003) e "Tapas e beijos" (2011-2015).

Na primeira, junto de Luiz Fernando Guimarães, deu vida a Vani, que ao lado do marido Rui, fazia os telespectadores rirem e se identificarem com situações embaraçosas e cotidianas de casais. Já na segunda, interpretou Fátima, funcionária de uma loja de aluguel de vestidos de noiva que vivia trapalhadas e desventuras amorosas tendo a companhia da amiga Sueli, papel de Andrea Beltrão.

Cinema e prêmios
Já nas telonas – onde estreou aos 17 anos, em 1983, com "Inocência", sob direção de Walter Lima Jr. – Fernanda Torres participou de aproximadamente 30 filmes, dos quais muitos renderam indicações e prêmios relevantes, como ocorreu com “Ainda estou aqui”.
Como melhor atriz, ela faturou o Festival de Gramado, por “A Marvada carne” (1985); o Festival de Nantes, por “Com licença, eu vou à luta” (1986); o Palma de Ouro do Festival de Cannes, por “Eu sei que vou te amar” (1986); o Festival de Brasília, por “Gêmeas” (1999); e o Troféu APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte), por “O primeiro dia” (2000).
Fernanda tem ainda no currículo "O que é isso, companheiro?" (1997), drama dirigido por Bruno Barreto e concorrente ao Oscar de melhor filme estrangeiro em 1998; "Casa de Areia" (2005), também drama dirigido pelo marido da atriz, Andrucha Waddington, que marcou o primeiro trabalho dela ao lado da mãe, Fernanda Montenegro, e lhe deu o Prêmio Qualidade Brasil.
Na estante da artista há ainda um Blockbuster Entertainment Awards de melhor atriz de comédia pela atuação no longa “Os normais” (2005), o primeiro de uma sequência de dois filmes baseados na série com a qual já havia feito sucesso na TV. Ou seja, prêmios em diferentes estilos resultantes da versatilidade que a levou ao maior deles (por enquanto), o Globo de Ouro.