Gabriela Duartereprodução Internet

Rio - Gabriela Duarte voltou a falar sobre o momento em que decidiu romper a parceria profissional com Regina Duarte. A atriz contou que precisou se afastar da mãe para conquistar autonomia e encerrar a imagem de “dupla” que as acompanhava desde o início de sua carreira.

"Ficava puta da vida. O que é essa gente aqui atrás da minha mãe?”, disse Gabriela ao lembrar a sensação de perder espaço enquanto ainda era vista apenas como extensão da veterana.

Ela explicou para Maria Ribeiro, no "Maria Vai com as Outras", que o rompimento provocou incômodo: "Esse movimento desagradou muita gente".
Independência e identidade artística

Gabriela afirmou que demorou a perceber o quanto sua carreira estava vinculada à de Regina. “Existiam duplas e quantas duplas a gente conhece, sempre existiram duplas. Eu de certa forma demorei a perceber um pouco. Comecei nova, mas quando me dei conta já era quase tarde demais, porque a gente já estava muito junto e misturado. E eu com essa personalidade [fortíssima]”, contou.

A atriz também comentou as comparações constantes com a mãe, tanto físicas quanto profissionais. “Considero uma homenagem eu estar fisicamente mais parecida com ela do que talvez eu fosse atrás, mas essa coisa de ser parecida vai até a página um e meio. Não é em tudo que nós somos parecidas.”

Diferenças familiares e resistência externa

Gabriela reforçou que as diferenças entre as duas vão além da carreira. Para ela, famílias não precisam funcionar em bloco. “Não é porque você é mãe, filho, família, que você tem que ser um bloco ideológico. E não só ideológico, mas em vários aspectos”, afirmou.

A decisão de seguir um caminho próprio gerou reação negativa. “Quando eu falei chega, as pessoas odiaram, claramente odiaram”, disse Gabriela.

Segundo a atriz, Regina Duarte também não aprovou a ruptura naquele momento. “A minha mãe não gostou. Ela, que já tinha trilhado toda a trajetória dela e tal, pra ela estava bom, estava confortável. Ela falou: ‘talvez você se arrependa’. E eu falei, ‘tudo bem, deixa eu me arrepender’. A vida é assim.”

O processo exigiu firmeza, especialmente diante da exposição pública: “Só que esse voo, digamos, na frente do público, foi puxado. E sobrevivemos todos e tá tudo bem.”